Com a imagem normalmente associada à Bahia, a capoeira virou Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. Uma lei concedendo o título foi sancionada hoje pelo Governador Paulo Câmara, em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, e que contou com a presença de contra-mestres de capoeira Coca Cola, Galvão, Peu, Macarrão, Dedê, Chê, Melodia e Toupeira e do professor Cajueiro.
A proposta para transformar a capoeira em patrimônio imaterial de Pernambuco foi do deputado José Maurício (PP), que esteve na cerimônia. “Construído com a participação de diversos segmentos em Pernambuco, a proposta reconhece a capoeira como esporte e também como trabalho social nas comunidades, pelo espírito coletivo da atividade”, explicou Zé Maurício. Na verdade, a capoeira pode ser definida como uma espécie de mãe do passo, a coreografia do frevo, o mais popular dos ritmos pernambucanos.
O projeto foi elaborado com o apoio do Professor e Doutor, Henrique Kohl, chefe do Departamento de Educação Física da UFPE, Contramestre de Capoeira, que elaborou o estudo técnico-científico que fundamentou o projeto de lei. “Estamos vivendo um marco. Consagramos com os viés legais um demanda historicamente acumulada de reconhecimento a nível identidário local”, afirmou Kohl.
O governador Paulo Câmara aproveitou a solenidade para anunciar que irá levar a capoeira para as escolas públicas “É uma atividade que traz o bem. Queremos os jovens fazendo capoeira e livre de coisas ruins”. Sobre os desdobramentos dessa lei, o governador explicou “esse é um instrumento que protege a memória da nossa cultura. Conversei com o presidente da casa legislativa e o deputado Zé Maurício, fiz questão de sancionar a lei. Tenho certeza que todos os pernambucanos terão orgulho de ter capoeira como patrimônio do nosso estado”, enfatizou.
Em 2008, a capoeira foi reconhecida pelo Iphan como Patrimônio Imaterial do Brasil, e em 2014, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A atividade possui uma incontestável riqueza histórica, gestual, musical, ritualística, artesanal, dentre outras acumuladas para a coletividade.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação
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