Capibaribe sem apoio em 25 municípios

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É uma pena que além de virar latrina (porque saneamento no Recife é peça de ficção) o Rio Capibaribe ainda se defronte, em pleno século 21, com a  falta de educação da população, que atira horrores de lixo em suas águas. E passa de tudo boiando: de capacete de motociclista a sofá velho, de bicho morto a brinquedo velho, de fralda descartável a garrafa pet. Precisamos, todos, pensarmos em tratar o nosso rio de forma mais civilizada. Falta educação. E também gestão. Até porque problema não é só no Recife não.

A gente chega em cidades como Toritama e Santa Cruz do Capibaribe – ambas na Região Agreste – e observa o tamanho do estrago. Dá vontade de chorar. Na primeira, a água do rio é totalmente azul, mas não é o azul cristalino com o qual sonhamos, mas sim proveniente da tinta dos tecidos de jeans. Ou seja, poluição química. Na outra cidade, o rio é um esgoto. Proposta pelo Comitê Gestor da Bacia do Capibaribe, a Carta de Compromisso pela Preservação do Rio pode ser uma ferramenta para melhorar sua situação. Mas dos 42 municípios banhados, só 17 até agora assinaram o documento, segundo informa o Deputado José Maurício, Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa.

 

Parece uma rua suja,mas é o leito do Capibaribe mesmo, durante a maré baixa, no Centro do Recife. Pobre rio!

A Carta prevê que os municípios banhados pelo rio participem de ações de monitoramento de recursos hidrícos e de preservação do curso d´água. As  prefeituras devem se comprometer, ainda, com implantação de saneamento e reposição das matas ciliares. Cadê, então, essas ações? E porque os 25 que faltam não aderem ao compromisso? Seria um primeiro passo, uma ação a se comemorar nesta Semana da Água.

Há alguns dias, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) deu início a uma ação de limpeza do manguezal e margens do Capibaribe, perto do Cais Zé Estelita. A ação contou com o trabalho de 16 homens diariamente, além do uso de quatro caçambas estacionárias para o recolhimento do lixo, e durou três dias. A previsão era que fossem recolhidas 20 toneladas de resíduos que poluem o rio (a quantidade ainda está sendo computada). Ou seja, só naquela área – que não é assim tão extensa – 20 toneladas não são pouca coisa. Imaginem, então, quanto não terá o leito do Capibaribe todo, nos seus 240 quilômetros de extensão?  Dá arrepio só de pensar.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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