Poluído, abandonado e violentado pela população e pelo poder público, o nosso “cão sem plumas” é alvo do Simpósio Capibaribe, uma Visão Multidisciplinar, cuja primeira edição acontece nos dias 22, 23 e 24, no auditório do Espaço Ciência. Estão todos interessados em arranjar uma solução para o Rio, um dos principais cartões postais da cidade, mas que está entregue à própria sorte. Nada mais significativo do que o “recado” encontrado nessas duas placas de trânsito, que foram achadas entre as tralhas ali jogadas.
Com pouco saneamento (só 30 por cento de cobertura), o Recife tem transformado o Capibaribe em esgoto a céu aberto. E a população não zela por ele, utilizando o seu leito como lixo. Mas, felizmente, a sociedade civil não está parada. Esses lixos todos que vocês observam na foto, foram retiradas do Rio, entre o Poço da Panela e a Várzea, durante ação “Há gosto pelo Capibaribe”, que mobiliza pescadores uma vez por ano, para limpar o Rio. Eles zarpam do Capibar, cujas paredes e pier são decorados com todo tipo de lixo que se cata no rio: capacetes de moto, TVs, geladeiras, pneus, carcaças de computador, chinelos, brinquedos velhos. E por aí vai.
Vejam só o recado das entidades que organizam o Simpósio. “Diante da situação atual de descaso do Rio Capibaribe e do seu sistema estuarino, entregues há muitos anos ao abandono com a poluição de suas águas pelo despejo de efluentes domésticos ou mesmo resíduos industrais”, dizem. E se encontram a partir de amanhã, em busca de “mudança de paradigmas”. Entre as instituições que estão por trás da organização do evento, estão o próprio Espaço Ciências, as universidades federais (Ufrpe e Ufpe), a Fundação Joaquim Nabuco e o Mapas (Método de às Políticas Ambientais). O Dia do Capibaribe é comemorado a 24 de novembro.
Falar nisso, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), está realizando uma nova ação de limpeza das áreas de manguezal, nas margens do Rio Capibaribe. Desta vez, o trabalho acontece no trecho ao longo do Cais da Alfândega. A limpeza teve início nesta quarta. E segue até a sexta-feira (23), das 07h às 13h por causa da variação da maré. A operação conta com o trabalho de oito homens, além do uso de banguês e caçambas estacionárias para o recolhimento do lixo, e a expectativa é de que sejam retiradas aproximadamente 10 toneladas de lixo das margens do Cais. A limpeza nos manguezais que margeiam o rio Capibaribe é feita mensalmente. As intervenções de novembro acontecem ao longo da Rua da Aurora (no trecho compreendido entre a Rua da Imperatriz e a Avenida Norte). E também nas áreas em frente à Casa da Cultura e ao Paço Alfândega. E ainda: Bairro do Recife, Cais José Estelita, Cabanga e nos bairros da Jaqueira e Poço da Panela (os dois últimos na Zona Norte).
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