Ocupar para não degradar

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Já está em tempo de moradores dos bairros e Casa Forte, Santana, Parnamirim e até Jaqueira se mirarem em exemplos como os dos moradores das Graças, Poço da Panela e Casa Amarela, que vêm dando provas de cidadania, ao recuperar áreas degradadas antes mal tratadas pela própria população ou esquecidas pelo poder público. Estão aí o Jardim Secreto (do Poço da Panela) e a horta implantada ali perto (em Casa Amarela), pelo Grupo Casa Amarela Saudável e Sustentável.  E também a Associação Por Amor às Graças que, de encontro em encontro, vai arranjando soluções para os problemas do bairro.

O trecho do Capibaribe que vai do Poço da Panela até a Avenida Rui Barbosa está entregue às baratas. É uma área onde ainda restam pedaços de margem que comportariam jardins, banquinhos para contemplação e árvores que dessem grandes sombras. Infelizmente o que se vê é muito lixo, coisa de fazer vergonha. Eu já vi até morador de alguns prédios luxuosos, ali bem pertinho do Hospital Maria Lucinda, atirando sacos plásticos com lixo na margem do Capibaribe, atualmente cheia de mato. Mato mesmo, não me refiro aos manguezais.

As margens do Capibaribe em Casa Forte se transformaram em depósitos de lixo. Moradores precisam se organizar .

Perto do Museu Murilo La Greca e do Maria Lucinda, a coisa está ficando cada vez mais feia. Bem que não só a população, mas também grandes empresas ali localizadas – como o Plaza Shopping e o Walmart – poderiam se dar as mãos, para humanizar e melhorar a situação daquela área ribeirinha. Se todos se juntam, sempre pode render um bom resultado. Ainda mais agora, que há um outro terreno desocupado, bem pertinho da Rui Barbosa, com placa de aluga-se, e que pode se transformar em outro ponto de descarte irregular de lixo. Alugar para quê? Ali é beira de Rio e, a rigor, nada deveria ser construído. Jardins sim, é que precisam ser feitos ali, como uma extensão dos manguezais, que sobrevivem na marra, apesar do lixo.

Beira de rio e terreno baldio, são como prédios abandonados. Quando não têm um bom uso, as pessoas transformam essas áreas em depósitos de lixo. Infelizmente, o Recife é assim. Faça m teste. Caminhe a pé, tangenciando o Capibaribe, do Poço da Panela até a esquina da Leonardo Bezerra Cavalcanti com a Rui Barbosa. A calçada foi refeita pela Prefeitura no ano passado, e não oferece risco de queda. Pois você vai observar que em apenas um trecho, justamente a informalmente ocupada, não há acúmulo de lixo (foto de abertura). É  que o Lojão das Plantas, de Manoel Horácio Torres, usa uma faixa entre o rio e a calçada para colocar suas plantas. Entre decorativas, jarros e flores, não se vê lixo. Mas olhem para as laterais desse pequeno trecho “verde” , e observe a situação do resto. Tudo sujo. Horácio, que é irmão do pugilista Todo Duro,  diz que zela pela área, que há descarte de lixo no local. Mas reconhece que a sujeira se acumula com muito mais intensidade nas áreas desocupadas. Então, a ordem é ocupar para não degradar.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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