Caminhadas Domingueiras: verde Olinda

Fechamos 2019 com a última edição do ano de nossas Caminhadas Domingueiras, que são capitaneadas pelo arquiteto, urbanista e consultor Francisco Cunha. O destino desse domingo, 15 de dezembro, foi Olinda. Tudo para lembrar o transcurso dos 37 anos do recebimento do título de Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade, conferido pela Unesco em 1982. A cidade, de acordo com o nosso guia, guarda ainda hoje “o acervo urbanístico colonial mais harmônico do Brasil”. Tal como a mineira Ouro Preto, dois séculos mais “jovem” do que Olinda.

Sendo que Ouro Preto não tem mar, não tem a mesma luminosidade nem os quintais repletos de fruteiras da cidade pernambucana. Nem área verde, como o Horto Del Rey (foto acima). “Olinda é um patrimônio importante do Brasil e da humanidade, mas infelizmente, há pernambucanos que não têm dimensão da importância da cidade histórica”, afirma Cunha. Iniciamos o roteiro em frente ao Mosteiro de São Bento, cuja construção teve início em 1537. E terminamos no Alto da Sé, no qual normalmente começam os passeios turísticos em Olinda.

E onde – de forma equivocada – muitos guias dizem ser a Sé a igreja mais antiga da cidade. Há até um ditado que afirma assim: “Fulano é tão velho quanto a Sé de Olinda”. Mas segundo Francisco, ela teria ficado entre o quarto ou quinto templo católico erguido na cidade.  A construção original da Sé teria sido iniciada em 1540. O templo mais antigo seria a Igreja de Nossa Senhora do Monte, erguida em 1535 por Duarte Coelho, em homenagem a Maria Santíssima. Em 1596, seria doada à Ordem Beneditina.

Com seu sítio histórico preservado – o que inclui os velhos quintais – Olinda ainda ostenta seu verde.

O roteiro incluiu: a Rua de São Bento, onde ficam o Mosteiro de São Bento e o casarão onde morou João Fernandes Vieira. Passamos pela Praça Monsenhor Fabrício ( Palácio dos Governadores, sede atual da Prefeitura), e rumamos pela Bernardo Vieira de Melo, na qual ficam o Mercado da Ribeira e as ruínas do Senado, onde Bernardo Vieira de Melo deu o grito em defesa da República, em  1710, ainda em pleno império.

Passamos, ainda, pela Rua do Amparo – considerada uma das mais típicas de Olinda – Quatro Cantos, Estrada do Bonsucesso. Nesta, observa-se a Igreja de Nossa Senhora Rosário dos Pretos, a Bica do Rosário (tida como a mais antiga de Olinda) e ainda a sede de O Homem da Meia Noite. Daí, subimos a ladeira que leva à Igreja do Monte.. No retorno, nós nos livramos de subir a Ladeira da Misericórdia,  mas mesmo assim, tivemos que subir pela Saldanha Marinho para, enfim, chegarmos ao Largo da Misericórdia, de onde rumamos para o Alto da Sé A Sé já teve várias fachadas e até foi usada como templo protestante, na época do ocupação holandesa. Ao longo da semana, trarei mais informações sobre o  passeio na cidade histórica.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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