Caminhada em defesa da APA Aldeia Beberibe movimenta esse domingo, 27

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Funcionando como uma espécie de pulmão para a Região Metropolitana e tida como a maior  área contínua de Mata Atlântica do Grande Recife, a Área de Proteção Ambiental  Aldeia Beberibe está ameaçada de perder 200 mil árvores, caso seja mesmo consumada a implantação  Escola de Sargentos, que tanto o governo federal, o governo estadual e a Prefeitura tanto defendem. Mas a comunidade os ambientalistas estão atentos às consequências ambientais nesses tempos de mudanças climáticas e, nesse domingo (27/4) fazem uma manifestação em defesa das árvores e contra a construção da escola na APA.

O início da concentração está marcado para 13h, na Praça do Derby, onde ocorre a entrega de camisas encomendadas e cuja renda reverterá para a causa. Às 14h, haverá encenação do espetáculo “Evaristo, a Cutia” (com Pochychia e Viviana). Às 15, haverá uma roda de conversa sobre “Circularidade e biodiversidade”, em defesa da vida, das  águas e das matas. Às 16h, a caminhada sairá em direção ao Marco Zero, que fica no Recife Antigo. A chegada ao Marco Zero está prevista para 18h.

Pernambucanos temem cenas como esta da foto:  desmatamento e destruição de 200 mil árvores na APA

Lá chegando, os manifestantes fazem um chamamento em defesa da Mata Atlântica, com o Grupo Sementes de Maracá com participação de Nilton Júnior (Pandeiro do Mestre) e outras atrações culturais. Haverá rodas de capoeira, microfone aberto para música, palavras de força e axé.  A ação será finalizada com Reza ecumênica em defesa da APA Aldeia Beberibe (um dos participantes do protesto é o Coletivo  Inter Religioso em defesa da APA). Cada manifestante pode confeccionar uma máscaras de animais que ocorrem na APA para usar na manifestação: preguiça, capivara, coruja murucututu, pintor verdadeiro, etc.

A APA ameaçada se estende por oito municípios da Região Metropolitana do Recife. Nos últimos meses  diversos artistas da MPB – do cenário local e nacional – vêm colocando protestos nas redes sociais contra a Escola de Sargentos na APA. Também entidades associativas – como a Ameciclo – também ironizou. “Salve a APA Aldeia-Bebribe, para construir, não precisa desmatar”, diz  o engenheiro Daniel Valença, Presidente da Ameciclo:

Que ideia descabida e também mal engembrada/  De destruir uma mata, para fazer brigada/ Tirar a área preservada, a fonte de rios, casa de animais / encher de fuzil e de oficiais. / Em pleno século 21, em pleno colapso climático / Outro dia desse era um tal Arco Metropolitano, para passar um bocado de carro / Coisa de quem tá avoando.  Chega de atraso e não voltemos atrás. A escola de sargentos que desista. APA Aldeia Beberibe, resista.

Entre os artistas que apoiam a causa encontram-se Maciel Melo, Jessier Quirino, Zeh Rocha, Evandro Mesquita, Otto, Flaira Ferro, Wilson Freire, Lucinha Guerra, Siba, Puri.  Caso você queira contribuir, pode fazê-lo via PIX ou  QR Code. A APA Aldeia Beberibe possui 31.634 hectares, que abrange consideráveis áreas de oito municípios, sendo Abreu e Lima o que tem o maior percentual de território próprio ocupado pelo bioma de Mata Atlântica (69,02 por cento). Em seguida vêm: Camaragibe (46,69 por cento), Araçoiaba (28,71 por cento), Recife (23,31 por cento), Igarassu (22,78 por cento), Paulista (22,24 por cento), Paudalho (10,18 por cento), São Lourenço da Mata (2,51 por cento). Realmente, não dá para cruzar os braços diante de tamanha ameaça à nossa Mata Atlântica, um dos biomas mais devastados, desde o Brasil colônia, e que sofre pressão cada vez maior da especulação imobiliária. E não é só em Pernambuco.

Além das personalidades acima citadas, veja outros nomes que apoiam a causa da APA Aldeia Beberibe,entre artistas, políticos, economistas: Silvério Pessoa, Cannibal, Josildo Sá, Antônio Madureira, Renata Vale, Antônio Carlos Nóbrega, Antúlio Madureira, Kátia Mesel, Geraldo Maia, Clóvis Cavalcanti, Liana Cirne.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: CPRH / Acervo #OxeRecife

One comment

  1. Triste, lamentável, uma ideia na contra mão do tempo. Triste é lamentável também é falta de engajamento da população, de todos atingindos, direta e indiretamente. Fui pra caminhada, pouca gente. Os organizadores também foram infelizes na escolha do dia, horário e percurso. Domingo a tarde. Caminhamos numa cidade fantasma. Que as próximas pensem num alcance maior e que a população acorde para a gravidade do dano.

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