Tem jeito não. Basta um elogio a alguma calçada do Recife já recuperada pela Prefeitura para chegar uma chuva de reclamações dos leitores. É claro que, como adepta do Movimento Cidadania a Pé, tenho sempre registrado aqui no #OxeRecife o perigo que é caminhar nessa cidade. A tirar pelo meu próprio exemplo, com um histórico de quatro imobilizações no pé por conta de tropeços, torções e até mesmo fratura provocada por irregularidades que colocam a segurança da população em risco.
Já presenciei pedestre sendo atendido pelo Samu, por conta de tombo que levou ao pisar em uma tampa de bueiro que rompeu no meio. Ele ficou com a perna presa nas ferragens. E uma fratura exposta. São tantos os casos, que passaria um ano citando-os. Além de buracos, há ferragens expostas, tampas com o concreto corroído, uma zorra. Nas proximidades do Parque da Jaqueira, por exemplo, as calçadas da Rui Barbosa foram recuperadas em quase toda sua extensão. Mas pela entrada da Rua do Futuro – paralela à Rui Barbosa – a situação que se observa é aquela da foto acima: buraqueira, pedras soltas e risco de queda. O senhor da foto acima só não caiu porque se apoiou no trailer que estava estacionado na Rua do Futuro. “Foi a sorte”. Ele tropeçou ao pisar em uma pedra solta que rolou. “´É sair e cair”, disse ele, que vende pano de chão em bairros da Zona Norte.
O #OxeRecife recebeu, também, reclamações de leitores quanto a obras realizadas em calçadas da Avenida Norte (Macaxeira), Rua Conselheiro Portela (Espinheiro) e também na Avenida Rosa e Silva (nos bairros dos Aflitos, Jaqueira e Espinheiro). “Já caí três vezes por causa dos buracos nas calçadas da Avenida Norte”, conta a empregada doméstica Gilvanda Maria da Silva. Servidora pública que não quis se identificar, residente na Encruzilhada, também reclama. “A prefeitura implantou as calçadas novas no Espinheiro, mas há meses deixou pedaços incompletos, caso dessa parada de ônibus em frente à Procuradoria Regional do Trabalho, entre a João de Barros e a Rua 48”, relata.
“Dez metros depois, outro intervalo sem calçada, prejudicando principalmente as pessoas com limitação, como idosos e cadeirantes”, completa ela. A Prefeitura promete implantar 134 quilômetros de calçadas até o final de 2020. E em alguns locais, pode-se realmente observar a mudança – como na Boa Vista, Madalena, Areias, Jaqueira – mas o problema é que em muitos trechos as obras ficaram pelo meio. Casos da Macaxeira e do Espinheiro. Na Avenida Norte, o percentual de calçadas recuperadas é muito pequeno. “Não há um mínimo de segurança nas calçadas do Recife, principalmente para pessoas que não têm boa visão, como é o meu caso”, afirma o aposentado Pedro Bezerra, residente na Macaxeira.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Letícia Lins e Cortesia do Leitor (a)