A aparência é de uma calçada sem problemas. Mas esse não é o caso daquela que fica na esquina da Estrada do Encanamento com a Rua Virgílio Mota, no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife. É uma a mais para entrar na lista de #calçadasassassinasdoRecife, pois a vítima da vez desse descalabro, agora, foi o jornalista Homero Fonseca.
Após saber do incidente com o também escritor, passei pelo local para checar e, realmente, o pedestre não pode se distrair, pois há um grande desnível entre o meio-fio e o asfalto da rua. Pessoas idosas ou com dificuldade de locomoção têm que “escalar” a distância. “Tropecei em um calombo na calçada e me estatelei no chão”, conta ele. “As calçadas do Recife estão péssimas”, ratifica, referindo-se a um problema para o qual o #OxeRecife sempre chama a atenção. Em alguns locais da cidade, quando o desnível é muito grande entre o meio-fio e o asfalto, há algumas rampas metálicas, como as dezenas existentes no bairro das Graças. Mas no Parnamirim….
Como muitos pedestres, Homero teve escoriações no joelho. Mas felizmente não chegou a sofrer nenhuma fratura, e até arranjou uma forma bem humorada de “disfarçar” o tombo, entre pacientes que, como ele, aguardavam a vez de atendimento em uma clínica de fisioterapia. Quando lhe perguntaram o motivo do machucão, arranjou uma desculpa mirabolante, que tinha caído durante a disputa em uma “pelada’, quando “um zagueiro adversário, um armário com 1,90m e 150 quilos” o “atropelou sem intenção”. E aí, ele “caiu” na “parte mais dura do terreno” e teve sérias “escoriações no joelho esquerdo”.
E depois, bem humorado, justificou-se. “Essa foi a versão que contei na clínica onde faço tratamento pós pequena cirurgia na mão”. E completou: “As meninas, com notável empatia, todas, me perguntaram o que acontecera. Eu bem ia contar que havia me estatelado numa queda na calçada, minutos antes?”, diverte-se. Ali bem pertinho do local do tombo, fica a Clínica Ortho, especialista em ortopedia e fraturas, e na qual já fui atendida inúmeras vezes devido a tombos provocados por calçadas assassinas (foto central). Segundo o médico que me acompanha (já sou velha conhecida na Clínica), Dr Bruno Fernando Carvalho Nogueira, há dias que recebe três a quatro pacientes que levaram tombos em vias públicas. Haja calçadas assassinas no Recife! E o dinheiro dos nossos impostos, para onde vai?
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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife