Dia desses estava em um dos passeios a pé do Olha! Recife e me defrontei, em pleno centro da cidade, com uma calçada absurda, na Rua do Imperador Pedro II. A calçada não tinha nenhum revestimento e tudo que o pedestre tinha para andar eram … metralhas. Para mim não foi tão difícil, porque ando sempre de tênis.
Mas fiquei a imaginar como é que mulheres andam ali com seus saltos altos. Naquela via há bancos, sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público. São lugares marcados pela formalidade, e para os quais as mulheres – sejam servidoras ou visitantes – normalmente usam sapatos com saltos, alguns bem fininhos.
Na semana passada solicitei informações atualizadas à Prefeitura sobre a requalificação de calçadas do Recife, mas não obtive resposta até o momento. Sabemos que, pela legislação, proprietários de imóveis privados respondem pela manutenção de suas calçadas, mas o que se vê é muito desleixo e falta de respeito ao cidadão. Na Avenida Dezessete de Agosto, em Casa Forte, o Sambinha do Poço também recepciona seus clientes com uma calçada de metralhas.
Há alguns dias, ao passar pela Rua Gastão Vidigal, no bairro da Várzea, me defrontei com uma “piscina” na calçada avançando até o asfalto. Para o Pablo Valle, problemas como esse é a regra naquele bairro. “Não é um caso isolado. É só o maior absurdo. Mães e crianças de colo, idosos, todos na rua no meio dos motoristas selvagens e na buraqueira”, reclama. E diz o que vê ali: “cavalos, lixo, esgoto”. Para Heitor Salvador de Oliveira, a “piscina” registrada na Várzea não justifica, mas se explica. “Imagino qual o motivo da construção, pois essa rua vira um rio em período de chuva, e a água entra nas casas, principalmente quando passam os ônibus para a UR-07”. Ou seja, tenta-se resolver um problema e cria-se outro. O #OxeRecife não abre mão de defender #CalçadasCidadãs.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife