Cadê o “bosque” do Parque Urbano da Macaxeira?

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O maior do Recife – possui dez hectares – e também um dos mais bonitos, o Parque Urbano da Macaxeira nem de longe está lembrando um parque. Com o verão, transformou-se em um areal. As  plantas estão morrendo à míngua, por falta de água, e só mesmo as poucas árvores  frondosas – não mais de cinco – resistem  com bravura à “seca” oficial. E o “bosque” ali implantado, terminou virando um amontoado de gravetos secos (foto acima).

Estive lá no último domingo, por volta de dez horas da manhã. Acreditem: eu era uma das três únicas pessoas que estavam caminhando no horário.  Além de dois homens que andavam, como eu, cruzei apenas com uma família, que tinha ido levar uma garrafa pet de um litro de água para regar uma muda de pau-brasil. Movimento, só no estacionamento, onde havia uma exposição de carros antigos, todos da marca Volkswagen, mesmo assim sob o sol. Ainda bem que o domingo era de céu nublado.

Observei que a situação do parque é muito triste. O seu lindo gramado cedeu lugar ao barro seco, que só falta rachar como os leitos dos rios em tempos de estiagem prolongada no Sertão. Os bosques que foram ali implantados tiveram suas mudas transformadas em gravetos. Poucas sobreviveram. Nos pergolados vizinhos aos bancos onde as pessoas podem sentar para conversar ou mesmo para contemplação, não há uma planta sequer para dar sombra.

As pérgolas poderiam estar verdes, recobertas por bougaviles ou rainhas da noite, até porque estas últimas não possuem espinhos, ao contrário das primeiras, vulgarmente chamadas no Recife de trepadeiras. Sem espinhos, a  rainha da noite quando ramifica fazem cobertas verdes e perfumadas. Não há registro de ação da motosserra insana na área, mas em compensação, as plantas estão condenadas à morte sem clemência. Eu realmente não entendo. O Recife está em “emergência climática” e, no entanto, cuida do verde desse jeito? Alguém entende isso? Aqui no #OxeRecife o que não falta é reclamação de leitor, acusando a situação das nossas árvores, parques, praças e jardins.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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