Caatinga pernambucana vai ganhar seis novas unidades de conservação

Notícia boa. Não é novidade para ninguém que a nossa Caatinga é o único bioma que é exclusivo do Brasil. Também sabemos que se trata de um dos mais vulneráveis, devido às secas e às ações antrópicas. Por esse motivo, temos que comemorar a iniciativa do Governo de Pernambuco, que está criando seis novas unidades de conservação.

Elas ficam nas seguintes serras: Matinha (em Carnaíba), Carro Quebrado (Triunfo), Almirantes (Parnamirim e Orocó), Seriema (Santa Cruz e Parnamirim), Serra Verde (Serra Talhada). Há, ainda,uma sexta, na Serra Comprida (São José do Belmonte). Os nomes dessas unidades, no entanto, ainda não estão definidos. As novas unidades de UC’s da Caatinga ficam nos Sertões do Pajeú, Salgueiro e do São Francisco.

Antes da criação dessas unidades, no entanto, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco está realizando uma série de oficinas participativas, entre os meses de maio e junho, para compartilhamento de saberes técnicos e tradicionais e também para promoção de diálogo entre as comunidades locais e  outros segmentos sociais que vivem nessas regiões. Tudo para construir, de forma colaborativa, conhecimentos que podem auxiliar na preservação da fauna e flora locais.

O diálogo direto com os moradores locais destaca o caráter sociocultural e socioeconômico do projeto, dois dos principais pilares da elaboração da iniciativa. Nelas, será possível apresentar os dados levantados sobre a fauna e flora de cada área, as espécies ameaçadas de extinção, geomorfologia, cartografia e outras informações relevantes, além de, sobretudo, promover a escuta ativa dos conhecimentos e vivências de cada comunidade.

Juntando esses dois saberes, o científico e o popular, conseguimos planejar uma área protegida que seja mais efetiva e esteja de acordo com os usos e com as formas de vida das comunidades daquele território”, ressaltou Joaquim Freitas, coordenador geral do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), instituição executora do projeto.

A primeira dessas oficinas ocorrerá no dia 7 de maio, no município de Carnaíba, que pode, junto ao município de Quixaba, receber a Unidade de Conservação da Serra da Matinha. Carnaíba fica a 417 quilômetros do Recife,no Sertão do Pajeú.  A última delas, a ser realizada no dia 18 de junho, vai ocorrer em Serra Talhada, onde está a área da UC de Serra Verde. Serra Talhada fica a 418 quilômetros do Recife. No Sertão de Pernambuco, várias regiões estão em processo de desertificação, o que reforça a necessidade da criação de novas UC’s

. “As unidades de conservação propostas nesse projeto no semiárido são estratégias fundamentais para a conservação da nossa Caatinga, além de serem aliadas no enfrentamento dos processos degradativos e de desertificação nesse importante cenário de combate às mudanças climáticas”, enfatiza a analista ambiental Ana Célia Garcia, da Gerência Geral de Biodiversidade e Florestas da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE).

O projeto é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). E tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e está sendo tocado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Selecionado através da Chamada de Projetos 03/2023 do FUNBIO/GEF Terrestre, o projeto está se ndo executado pelo Cepan, em parceria com a Semas-PE e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Acervo #OxeRecife