Coisa linda, Bruno Ribeiro Marques Fernandes, 25. Ele acaba de participar de uma mesa redonda sobre turismo acessível durante o Congresso Internacional Inclusion, que se realizou recentemente em Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco. Semana passada, o rapaz estava se apresentando com um grupo de dança do Projeto Encontro, na Sala de Reboco, no Recife. Bruno é um pé-de-valsa. É virado no forró, no bolero, no xote, na salsa e até no samba.
Bruno, para os que não sabem, foi reconhecido este ano como o primeiro turismólogo com Síndrome de Down atuando no mercado de trabalho no Brasil. Responde pela assessoria técnica de uma das diretorias da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Formou-se pela Faculdade Santa Helena em Turismo com ênfase em hotelaria. Tornou-se um dos primeiros portadores da Síndrome a graduar-se em Turismologia no Brasil.

Seu currículo é extenso. São muitas as aptidões. Já atuou em recepção de eventos. Entre cursos, palestras, participação em workshops, os registros já somam mais de 30. Chegou a ser homenageado na Assembleia Legislativa como exemplo de superação. Escreveu o artigo A Graça de Ser Diferente, para o livro Quer saber? Eu quero contar Aprendizado e lições na Síndrome de Down, organizado por Leonardo Gontijo (Editora São Jerônimo, Minas Gerais).
Em 2015, ele foi um dos integrantes do grupo da Empetur que organizou curso de Informações Turísticas. Neste ano, organizou curso de Recepção de Eventos, dirigidos a pessoas Downs. Foram duas turmas. A história de Bruno esteve em foco em Cromossomo 21, onde ele foi um dos personagens daquela Série, produzida pelo empreendedor social Alex Duarte, na qual doze jovens Downs são protagonistas de belas histórias de superação. Viva Bruno, e um abração para a mãezona coruja Helena Ribeiro. Duas figuras lindas. São, ou não são?
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Divulgação