Você tem um cachorrinho de estimação, e vai levá-lo a uma praça ou mesmo a um Parcâo, como os que existem na nossa cidade. E aí, chega uma cidadão com um pit bull, sem coleira nem focinheira e ataca o seu totó, como aconteceu com Brida (foto superior). E aí, o que fazer? Infelizmente essa situação está virando rotina na nossa cidade, o que transforma áreas públicas de lazer em risco não só para os pequenos caninos como também para as crianças que vão às praças e parques para correr, brincar, se divertir. E não para virarem alvos de cães ferozes. Mas segundo a titular da Delegacia do Meio Ambiente, Margareth Câmara, infelizmente os ataques de cachorros daquela raça são muito mais comuns do que se pensa. Estão ficando corriqueiros, embora haja legislação proibindo que esses animais circulem sem focinheira.
Uma das vítimas foi Rita Lee (foto, enrolada em bandeira vermelha). Ela é a vira-lata de estimação de Suely de Andrade Lucena. Suely reside nas Graças e sempre leva a cadelinha para brincar no ParCão da Praça Souto Filho. Também conhecida como a Praça dos Cachorros, ela fica em frente ao Parque da Jaqueira, entre a Rua do Futuro e a Avenida Rosa e Silva. O companheiro de Suely havia levado a cadelinha para passear, por volta de 19h em um dia da semana, quando Rita Lee foi atacada por um animal daquela raça. “Havia um pit bull no parcão com o dono, que o soltou. O animal não tinha coleira nem focinheira e atacou a Rita Lee, mordendo-a sem parar no peito”, conta Suely.
“Meu namorado chegou a chutar o cão feroz, mas ele não parava. Como o próprio dono não conseguia dominar o animal, um homem que ia passando na rua, tentou ajudar, mas foi atacado pelo cachorro”, relata. “Por fim, o proprietário do pit bull decidiu aplicar-lhe uma gravata, que foi quando ele parou. A cadela ficou ferida, quase desmaiada e passou dias de estresse. A situação só não foi pior, porque no momento do ataque, uma veterinária ia passando e a socorreu, após Rita Lee ser resgatada”, conta Suely. “O pior é que o dono não aprendeu a lição. Uma semana depois estava no mesmo local, com o pit bull solto, novamente sem coleira nem focinheira”, reclama.
Conhecida de todos os grupos de caminhadas do Recife, a Border coller Brida, também sofreu ataque de um pit bull no Jardim Secreto, do Poço da Panela. A cadela sempre acompanha a dona, Bárbara Kreuzig, nos passeios a pé e é conhecida entre os grupos de caminhadas do Recife. Ela já foi conosco do Parque da Jaqueira até Aldeia. E se comportou como gente, sem reclamar. Brida, como a dona, adora andar. E diariamente dá um passeio.
Há alguns dias, ao chegar no Jardim Secreto, no Poço, foi atacada por um pit bull. O estrago só não foi maior porque o cachorro tentou morder o pescoço de Brida, mas terminou estraçalhando a coleira da cadela. Mesmo assim, Brida teve ferimentos e também desmaiou devido ao ataque. Precisou ser carregada, ficar sob água fria para despertar. “Apesar de Brida aparentemente não ter ficado com sequelas, é inaceitável a forma desrespeitosa com que esses donos de cães perigosos lidam com a questão”, reclama Bárbara. “Andam com os animais soltos, sem nenhuma proteção para com as pessoas e para os outros animais”, afirma. “Infelizmente, isso está virando um hábito por parte de donos de cães bravios”. O calvário de Brida durou dez minutos. Bárbara fez um boletim virtual de ocorrência. Nesta semana, chegou à Depoma (Delegacia de Polícia do Meio Ambiente), notícia de uma cadelinha que não teve a mesma sorte de Brida e Rita Lee. Ela faleceu, depois de ter sido atacada por um pit bull de uma casa vizinha, em um sítio da Região Metropolitana. Agora… pensem se uma fera dessa ataca uma criança, o que não é difícil ocorrer com o pit bull solto e sem controle do dono.
Como agir nesses casos? Segundo a titular da Depoma, Margareth Câmara, cachorro bravo tem que andar de coleira e focinheira. Não pode ficar solto em áreas públicas. Casos como os três relatados aqui no #OxeRecife, rendem inquérito e posterior processo contra os proprietários de cães agressivos. Todos os casos são apurados, quando denunciados à polícia. “A gente está vigilante, recebe a denúncia, vai e apura”, diz a policial. Aos tutores das vítimas restam três caminhos: boletim de ocorrência online, no site da Secretaria de Defesa Social, na Delegacia virtual (https://servicos.sds.pe.gov.br/delegacia/). O mais rápido, no entanto, é encaminhar o caso diretamente à Depoma, que fica na Rua Lagoa de Itaenga, 66, Tejipió. O mais prático, porém, é fazer a foto do flagrante e enviar para o Whatsapp da Depoma (81) 9948873366.
Posteriormente, o #OxeRecife volta ao assunto, indicando os cinco parcães do Recife, como e onde funcionam. Quem leva um cachorro feroz para um parque ou para a rua sem focinheira, colocando em risco a segurança das pessoas e de outros animais, está desrespeitando o artigo 131 da Lei das Contravenções Penais. Pode ser denunciado por TCO à Depoma, que após apurar o caso, remete o inquérito à Justiça. Caberá ao Juiz arbitrar a penalidade para o infrator, que pode ser multa ou outra que assim o magistrado determinar. O dono do cachorro não corre, no entanto, o risco de ser preso.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Bárbara Kreuzig e Suely de Andrade Lucena / cortesia