Boa Viagem: Relíquias da década de 1940 à beira-mar são repaginadas

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Em concreto e em estilo arte-déco – o mesmo dos edifícios da Avenida Guararapes – os seis postos salva-vidas de Boa Viagem são verdadeiras  relíquias urbanísticas , presentes à orla do Recife desde a década de 1940.  Eles somam seis e ficam no calçadão de Boa Viagem, um dos principais cartões postais da cidade. Porém, com o tempo, foram ficando sem uso, depois da construção de postos maiores,  mais equipados e fincados na própria areia, conforme mostra a foto abaixo.

Com a construção desses postos de salva vidas maiores, os do calçadão perderam a função,

Para que não sejam esquecidos e que passem a ser mais valorizados na paisagem, eles acabam de ganhar novas cores. Estão totalmente repaginados, pela mão de artistas locais.  A iniciativa é da Secretaria de Turismo e Lazer do Recife. “A Orla de Boa Viagem é um dos principais atrativos turísticos da cidade e estes equipamentos compõem o cenário visitado por turistas e também por cidadãos recifenses”, informa. A intervenção é o chamado Salva-Arte – Cores Inclusivas é, que se tornou possível devido a uma  parceria da Prefeitura do Recife, Copergás e Nuvem Produções (parceria).

O novo visual das estruturas chegou com o verão  Cada posto salva-vidas ganhou um tema inspirado nos ritmos pernambucanos. A Ciranda, retratada por Ianah Maia; o Maracatu, por Max Motta; o Manguebeat, por Jota Zer0ff; o Coco de Roda, por Jade Matos; o Frevo, por Jeff Alan; e o Brega por Abròs.  Cada posto salva-vidas tem ainda sinalização com o ritmo escolhido para aquele ponto e quem assina a arte. Além disso, foi disponibilizado um QR Code para a pessoa poder escutar uma playlist dedicada ao ritmo.  O do Posto 03, de autoria do artista plástico Jeff Allan é dedicado ao frevo. Ele reproduziu um dos seus personagens mais marcantes,  O Homem da Meia Noite, que anima uma multidão no carnaval de Olinda e que, eventualmente, também desfila nas ruas do Recife naquela que é a maior festa popular da cidade.  Do outro lado da coluna, há um músico tocando instrumento de metal.

Os metais são indispensáveis no frevo de rua.  Ao lado da arte de Allan, há um texto descrevendo o que é o frevo, “um dos ritmos mais icônicos do Recife”, que “nasceu no século 19”, devido a “uma fusão de gêneros musicais” como “marcha, polca, dobrado e maxixe”. Também lembra que o frevo surgiu a partir da capoeira, e que a palavra teve origem em “frever”, verbo usado na época para definir a “fervura” de foliões no carnaval. Também há um pequeno texto explicando o que é o Projeto Salva Arte, e uma   mini biografia do artista.   Confira, onde  estão as novas expressões de arte urbana na Zona Sul:

Posto 01 – Av. Boa Viagem, 560 – próximo ao Edifício Oceania. Artista: Max Motta
Posto 02 – Av. Boa Viagem – em frente ao 2º Jardim. Artista: Jade Matos
Posto 03 – Av. Boa Viagem, 2682 – em frente ao Edifício Mirante. Artista: Jeff Alan
Posto 04 – Av. Boa Viagem, 3722 – em frente ao Hotel Internacional Palace. Artista: Ianah Maia
Posto 05 – Av. Boa Viagem, 4988 – próximo à Pracinha de Boa Viagem. Artista: Abròs
Posto 06 – Av. Boa Viagem – em frente ao Parque Dona Lindu; Artista: Jota Zer0ff

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Dondinho/Seturl-Recife/ PCR e Letícia Lins/ #OxeRecife

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