Avenida Norte: reforma só atinge 12 por cento das calçadas. Pedestre corre risco

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Ninguém está entendendo a requalificação das calçadas da Avenida Norte, via que corta mais de seis bairros e cujos passeios públicos estavam em situação deplorável. Aliás, estão. Isso porque dos 8, 6 quilômetros de extensão da via, 7,3 quilômetros ficaram de fora dos serviços anunciados pela Prefeitura, através da Emlurb. Ao contrário da Avenida Rui Barbosa – onde o trabalho foi feito de forma contínua – na Avenida Norte apenas oito trechos receberam intervenção. Portanto,  na maior parte – mais de 80 por cento – a buraqueira é geral e absurda.

Como caminho muito, fui andar pela Avenida Norte para o devido registro da qualidade dos serviços, aqui no #OxeRecife. Como pedestre, posso dizer que a situação das calçadas ainda é de risco, para quem passa por ali,inclusive em paradas de ônibus. Próximo à BR 101, não  há nem condições de se caminhar. Até animais quadrúpedes têm dificuldade de passar no local. Perto da Rua Maria Cândida, calçadas estão péssimas, dos dois lados da pista. Mesma situação em esquinas ou áreas próximas às ruas Tejucal e Monte Pavão.  Ali perto, há três escolas – Maria Amália (estadual), Abel Gueiros e a Presbítero José Bezerra (municipais) – mas só na última a calçada está transitável. Nas duas primeiras, pouco resta do concreto de antes, e o passeio oferece obstáculos, como pedras soltas,  buraqueira, metralhas, restos de construção.

Apesar da promessa de melhoria das calçadas nas paradas de ônibus, acesso é difícil para todos e pior para cadeirantes.

Próximo à esquina da Avenida José Américo de Almeida, a calçada sofreu reforma, ficou em bom estado. Mas 30 passos depois, o risco volta a ser o mesmo dos trechos sem direito a requalificação. É  só passar para ver a precariedade dos passeios públicos em áreas próximas à Rua Ida e ao Distrito Sanitário Especial Indígena de Pernambuco (nº 7123), ambos na calçada que fica do lado esquerdo, para quem passa no local, no sentido subúrbio cidade. Aliás, entre a Avenida José Américo e a Rua Madre Lins, há trechos que populares preferem até trocar pelo asfalto. É mais seguro. Calçada mesmo, só na frente da Igreja Jesus Cristo dos Últimos Dias. As que ficam ao lado, são um verdadeiro desastre.

Segundo a Emlurb, estão sendo implantados 3.350 metros quadrados de novas calçadas, com mais de 70 por cento dos serviços concluídos, ao custo de R$ 459 mil 663. As obras somam, no entanto, apenas 1,3 quilômetros de extensão, contra os 8,6 quilômetros de toda a via. Informa a Emlurb que as calçadas ganharão 26 metros quadrados de piso tátil, 237 metros de guarda-corpo, 164 metros quadrados de grama e 14 árvores. Mas os problemas ainda são grandes. Do lado direito de quem vem para a cidade, por exemplo,  à altura da Igreja Presbiteriana Independente, dá medo caminhar. Até mesmo jovens colegiais mostram dificuldade para se locomover nas calçadas que ficam perto da área conhecida como Sítio Grande, em Casa Amarela. Agora, não custa nada perguntar. Porque a Avenida Rui Barbosa, que fica em área de alto valor imobiliário tem direito a calçadas novas em extensão sem interrupções? E porque a Avenida Norte, que corta bairros mais populares, só teve direito a requalificação de 12 por cento de todo o seu percurso, assim mesmo, em trechos intercalados? Com a palavra, as autoridades do município.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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