Assim não dá: Calçada com buracos e chiqueiro na parada de ônibus

Entra prefeito e sai prefeito, e as calçadas do Recife  – em sua maior parte – permanecem como armadilhas para os pedestres. Não possuem nivelamento, têm piso irregular (cheio de buracos) e até ferragens expostas, quando se dissolve o concreto de tampas de bueiro que parecem ter sido feitas de areia. Há, ainda, aquelas com tanto lixo que a pessoa precisa andar pelo asfalto.

A situação também deixa a desejar, e muito, nos locais onde ficam paradas de ônibus São muitas as que oferecem riscos, principalmente para aqueles passageiros apressadinhos que correm para não perder a chance de chegar cedo em casa, já que a demora entre um e outro veículo é sempre muito prolongada. Na corrida, torce o pé. Ou mesmo andando, como eu, que já precisei imobilizar o meu várias vezes, devido aos buracos nas calçadas.

Em minha última visita a Salvador, chamou a atenção a limpeza nas paradas de ônibus. Já no Recife….

Vejam só a situação desse abrigo, na Avenida Rosa e Silva, bairro dos Aflitos. Além de acessibilidade zero, uma montanha de lixo que impede até o passageiro de se acomodar em uma das cadeiras da parada, enquanto espera o coletivo. Além dos buracos no concreto, havia papel espalhado por todo canto, quentinhas com restos de comida. Além disso, todos os assentos do abrigo estavam ocupados, por um rapaz que dormia pesado ali. Não sei se por excesso de drogas ou por cansaço provocado pela falta de teto.

O #OxeRecife solicitou há mais de uma semana informações ao Consórcio Grande Recife de Transporte Metropolitano, a respeito do total de abrigos de ônibus na cidade: quanto seriam, de que tipo, condições de uso. Mas até o momento não obteve retorno. Segundo a assessoria de imprensa do Consórcio, porque a instituição possui os “dados metropolitanos”. Mas não seriam estes dados a soma de todos os outros coletados nas cidades que formam a RM?   No caso da calçada, a responsabilidade não é do Consórcio, assim como a limpeza de vias públicas que ficam cuidados da Prefeitura, a quem cabe fiscalizá-las quando os proprietários de imóveis privados não delas cuidam. Na verdade, nunca vi no Recife uma cena como esta da foto central, que se repete diariamente em Salvador: limpeza dos abrigos espalhados na cidade. Vocês já viram?

Leia também:
Riscos para quem anda e pedala
Calçadas: acessibilidade zero
Cadê o respeito aos cadeirantes?
Um iceberg no meu caminho. Pode?
Calçadas assassinas: “É sair e cair”
Calçadas nada cidadãs na Zona Norte
Novas calçadas: 134 quilômetros até 2020
Calçada larga na Rua Gervásio Pires
Convite ao tombo no Centro
Centro do Recife precisa de Mais Vida
Você está feliz com o Recife?
Calçada dá medo na gente de afundar
Acidente em calçada requer até Samu
Calçadas cidadãs da Jaqueira e Parnamirim: todas deviam ser assim
Comunidade recupera calçadas em Casa Amarela. Essas cenas vão sumir?
O drama das nossas calçadas
Quem inventou as famigeradas tampas duplas de nossas calçadas?
Já torci o pé três vezes
Quem chama isso de calçada…
Alguém chama isso de calçada?
Andando sobre o inimigo
Perigo à vista na Rua do Futuro
Futuro de usurpações urbanas
Recife: calçadas e ruas assassinas
Os cem buracos do meu caminho
Depois daquele tombo (3)
Mais uma calçada cidadã
Cidadania a pé: calçada não é perfeita
Charme: calçada para andar e sentar
Quem chama isso de calçada….
Calçadas melhoram na Av Norte, mas…
Oxe, cadê as calçadas da Avenida Norte?
Calçadas crateras na Avenida Norte
Av. Norte: reforma só atinge 12 por cento das calçadas
Pedras nada portuguesas
Santo Antônio sem pedras portuguesas

Texto e foto:  Letícia Lins / #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.