Se os tradicionais orelhões das empresas de telefonia estão perdendo o uso – por conta da universalização da telefonia celular – um outro tipo de “orelhão” está surgindo para ajudar o pernambucano, bem no clima do mundo virtual. É o Orelhão Digital, que decorre de parceria entre a Assembleia Legislativa e o Ministério Público de Pernambuco. O termo de cooperação já foi firmado, e agora o projeto começa a ser instalado na própria Alepe. Objetivo: ajudar pessoas, principalmente as mais carentes ou que não são familiarizados com a tecnologia digital, na busca por seus direitos. Em outras palavras: facilitar a elas o exercício da cidadania.
O Orelhão digital é um ponto de atendimento voltado para serviços essenciais, disponíveis na Internet, que são oferecidos por órgãos públicos e concessionárias de serviços. O objetivo do projeto é assegurar que os cidadãos com dificuldade de acesso à Internet sejam contemplados pelos benefícios da digitalização do atendimento. Através do Orelhão digital, os pernambucanos poderão resolver questões relacionadas a órgãos como Celpe, Compesa, INSS, Detran, Expresso Cidadão, Delegacia de Polícia e Receita Federal. O serviço também prestará consultas aos processos em andamento no Ministério Público Estadual e no Tribunal de Justiça de Pernambuco, além da participação em audiências virtuais. Na parceria com o MPPE, a Alepe disponibilizará toda a estrutura para a instalação e funcionamento do Orelhão digital: espaço físico, computador, impressora, rede WI-FI e servidor para atendimento ao cidadão.
Ou seja, uma prestação de serviço bem bacana. Afinal, o poder legislativo existe para criar e aprovar leis, mas seus representantes foram eleitos pelo povo. E é como casa do povo que câmaras municipais e assembleias estaduais têm que funcionar. Até porque estão bem mais próximos da comunidade do que a Câmara Federal e o Senado. “É muito importante que a Assembleia Legislativa se engaje nessa iniciativa em prol da cidadania. É um projeto inovador que garante o acesso das pessoas a seus direitos através da tecnologia, principalmente daqueles que mais precisam, e que em breve estará à disposição da população”, ressalta o presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros
(PP).
A data de instalação da unidade, no entanto, ainda está sendo definida pela Assembleia. Esperamos que o serviço seja instalado o mais rápido possível. Há muita gente, principalmente as pessoas idosas, que ficam em um mato sem cachorro, quando ligam para órgãos tipo Compesa, empresas telefônicas, companhias energéticas e se deparam com aquela voz eletrônica, cansativa até para os que já estão habituados com a inteligência artificial dizendo “consulte o nosso site”. E quem não sabe consultar? E quem não tem computador? E quem quer reclamar da internet fora do ar e apela ao serviço pelo telefone e ouve a célebre frase “entre no site”? Entrar como, se a Internet saiu do ar…Então, o Orelhão Digital vem sim, prestar um serviço muito útil.
Para o promotor de justiça e assessor técnico da Procuradoria-Geral, Luís Sávio, a ideia do Orelhão digital é oferecer apoio para que mais cidadãos tenham acesso ao poder público. “Precisamos chegar ao povo mais carente, que tanto precisa da inclusão digital principalmente para resolver questões que envolvam seus direitos e deveres enquanto cidadão”. Está certo. Felizmente alguns órgãos públicos vêm se movimentando para melhorar o acesso do cidadão a certos tipos de serviços. No caso da Alepe, já foi disponibilizado, também, o aplicativo Tá na Lei, com informações sobre nossal legislação, tornando mais fácil ao cidadão saber o que é o direito e o dever. Tudo explicado de forma bem didática. Na área da justiça, também vêm surgindo iniciativas interessantes que facilitam a vida do cidadão, que podem ser tanto na área da acessibilidade quanto na facilitação do acesso a audiências e decisões. A vida é sempre assim. Enquanto uns complicam (como o INSS), outros facilitam. Então, fiquemos com o segundo time.
Vejam abaixo alguns exemplos.
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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação /Alepe