As mulheres do crochê de Macaparana

Elas são de Macaparana, considerada a Terra do Crochê. Vivem manuseando agulhas e linhas, para produzir toalhas, colchas, almofadas, passadeiras, mantas para sofás. Podem levar até três meses para concluir uma colcha. Ou seja, o trabalho exige dedicação e muita paciência. Mobilizam um grupo de cerca de 20 outras mulheres e, juntas, chegam a aprontar 80 peças por mês.

Mas isso não é tudo. Pelo menos três vezes por mês, Dilma Lúcia Pedrosa da Silva (38) e Eliene Ponciano de Lemos (51) viajam 118 quilômetros até o Recife, para oferecer suas mercadorias, comercializar o artesanato produzido. Vão de casa em casa, visitam clientes, chegam até sem avisar. Pode ser um domingo ou um feriado, como o 15 de novembro, quando estiveram na minha casa, atrás de algum negócio.

Dilma e Eliene viajam 100 quilômetros para vender o produto do seu artesanato percorrendo bairros do Recife.

Tenho rede, passadeira e almofadas, todos com o mesmo padrão, feitos por Dilma. As redes, com tecido produzido artesanalmente, no entanto, vêm da cidade sertaneja de Tacaratu. Mas são pelas mãos de Dilma e Eliene que ganham charme, com varandas sofisticadas. Para não deixar a visita em branco, comprei uma almofada, com capa de crochê, embora não estivesse precisando. Para que a visita, pelo menos à minha casa, não fosse em vão.

Dilma vive do croché desde os nove. Eliene, que é sua cunhada, entrou no negócio mais tarde, aos 19. Além do Recife, elas visitam Carpina e Goiana, sempre, para comercializar suas peças. E dizem que as feiras, exposições, bazares são importantes para movimentar as vendas. “A mais importante é a Fenearte, onde a gente além de vender, fecha negócio para o ano todo”, diz Dilma.  Nessa época de fim de ano, fica a sugestão para presentes de Natal. Há estoque de almofadas (R$ 45),  passadeiras (R$ 120), redes (R$ 380), colchas  (de R$ 1.200 a R$ 1.800). Anotem aí os telefones das duas artesãs: Dilma (996093312) e Eliene (983028441 ou 999506391). Dilma e Eliene são quem, são gente.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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