Em minha viagem a Bogotá e Cartagena, no início deste ano, duas coisas me chamaram a atenção, quando o assunto é bicicleta. A Capital da Colômbia possui cerca de 400 quilômetros de faixas cicloviárias, sem falar que elas são bem largas, sem que haja risco de um ciclista colidir com outro tão facilmente quanto no Recife. As ciclovias que vi eram duas ou três vezes mais largas do que as nossas raquíticas vias destinadas às magrelinhas.
A informação é que ao final da gestão do atual prefeito, Enrique Peñalosa, Bogotá já tenha alcançado 500 quilômetros de extensão destinados apenas às bikes, em ruas e avenidas. Ele é adepto das duas rodas. Já utilizou a bicicleta até mesmo para cumprir compromissos oficiais. No entanto, não observei movimento grande de bicicletas naqueles trechos. Também não sei se não coincidiu minha programação de turistas com os horários de rush dos trabalhadores colombianos.
Em Cartagena das Índias, no entanto, não vi ciclovias nem ciclofaixas. Os ciclistas – nativos e turistas – disputam espaço com os automóveis não só nas ruas largas de Cartagena, como também no interior da cidade murada, onde fica a parte histórica e tombada da localidade. Mesmo assim, as bicicletas me despertaram o olhar. Isso porque parece que há um prazer em enfeitá-las com flores, sejam naturais ou artificiais, mas principalmente as segundas. Cezar Martins, da Ameciclo, lembra que bicicletas brancas, como a que abre o post, são homenagem a ciclistas que morreram no trânsito em todo o mundo. Obrigada, Cezar, pela lembrança. “Só se em Cartagena é diferente”, diz. O fato é que toda branca só vi uma, essa aí parada. Mas as outras – em circulação – eram pretas, cinzas, vermelhas, azuis. Sempre alegres com flores. E de todas as cores.
Não gosto de flores artificiais, mas que ficam bonitas nas bicicletas, elas ficam. Vi várias decoradas. Algumas como vitrine de loja de aluguel de bicicletas, outras circulando com extrema graça. Aliás, tudo é graça na parte histórica de Cartagena, onde praticamente todas as varandas e jardins são floridos. Com flores naturais, claro. A branquinha que abre esse post, toda decorada, vi em uma locadora de bicicletas na Calle do Cuartel, na Cidade Murada. Aliás, defronte da locadora, na calçada do lado oposto da rua. Era para chamar a atenção mesmo de turistas. Eu mesma parei para fotografá-la. A outra, também no interior da área histórica, estava estacionada junto a um casal de namorados, na Praça de São Pedro, que é lindíssima. E haja flores. Nas praças, parques, varandas, restaurantes. Fica tudo mais alegre.
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife