Como se não bastassem as 5 mil árvores erradicadas na atual gestão, o Recife sofreu hoje mais uma perda: uma planta adulta tombou na madrugada dessa segunda, na Rua Engenheiro Oscar Ferreira, no Poço da Panela, Zona Norte. A via chegou a ficar interditada, e felizmente nenhuma pessoa ficou ferida, e nenhuma casa foi atingida. A planta caiu no meio da rua, danificando apenas a fiação elétrica e derrubando um poste de iluminação pública.
Equipes da Celpe e da Prefeitura tentavam recompor o fornecimento de energia e retirar o “defunto” do meio da rua. Houve chuvas no final de semana na Capital. Mas elas não foram marcadas por ventos fortes, ao ponto de provocar prejuízos dessa natureza. Minha suspeita é que a planta caiu, por falta de manutenção, pois muitas da cidade sofrem ataques de cupins,e infelizmente o poder público só aparece quando não tem mais jeito. Sou testemunha disso, inclusive, na rua em que resido, onde duas árvores adultas sofreram a ação daqueles insetos, e de nada adiantou pedir socorro aos órgãos públicos. Os protocolos foram vários. Terminei gastando um bom dinheiro, para que uma empresa privada fizesse o tratamento adequado. Não é o correto, mas foi o jeito, diante da inércia dos órgãos encarregados.
De acordo com a Empresa de Limpeza e Manutenção do Recife (Emlurb), para cada árvore erradicada, duas são plantadas. Mas conforme a própria Emlurb, 30 por cento destas morrem antes de chegar à adolescência. Então, essa conta fecha? Todos nós sabemos que as áreas verdes da cidade garantem a temperatura, e que onde elas são destruídas, o desconforto aumenta. Está aí um bairro selva de concreto, para provar, como é Boa Viagem, onde as ilhas de calor já são comprovadas até em estudos acadêmicos. Infelizmente, nossas árvores não têm a atenção que merecem: enfrentam podas radicais, falta de manutenção, e nem sempre são substituídas como a natureza e a matemática exigem.
(Texto e foto: Letícia Lins)