Artigo: “Gestão de resíduos perigosos: o poder das parcerias estratégicas”, por Robson Esteves*

Compartilhe nas redes sociais…

A gestão de resíduos perigosos é uma grande responsabilidade que empresas e organizações precisam desempenhar em suas atuações no mercado atualmente, pois esses materiais representam riscos à saúde humana e ao meio ambiente devido às suas características como toxicidade, inflamabilidade, corrosividade ou reatividade. Compostos por diversos tipos de produtos, como baterias, produtos químicos, equipamentos eletroeletrônicos, entre outros. Por isso, a importância das parcerias estratégicas na gestão desses resíduos não pode ser subestimada. Alianças bem estruturadas entre instituições, órgãos governamentais e entidades gestoras são fundamentais para garantir que resíduos perigosos sejam gerenciados de forma eficiente, segura e sustentável.

Nas parcerias para a gestão desses materiais, é possível compartilhar recursos e conhecimento. Empresas que colaboram podem trocar melhores práticas, tecnologias e desenvolver soluções para o manejo eficiente desses resíduos. Além disso, essas parcerias permitem a divisão de custos dentro de um sistema coletivo, no qual os gastos são compartilhados entre todos os participantes. Esse modelo torna os investimentos mais viáveis, oferecendo uma alternativa mais econômica em comparação com iniciativas isoladas.

Ainda neste trabalho em conjunto com as organizações privadas, é possível financiar sistemas de gestão e auxiliar na criação de programas de educação ambiental. Os acordos também têm potencial de abrir novos mercados para a reciclagem e reaproveitamento de resíduos perigosos. Isto é, à medida que as tecnologias de reciclagem e recuperação de materiais melhoram, novas oportunidades surgem para transformar resíduos.  Por outro lado, a conscientização pública também é um elemento fundamental na gestão de resíduos perigosos. Muitas vezes, o problema não está apenas na maneira como eles são gerenciados pelas empresas, mas também na forma como os consumidores lidam com eles. De acordo com levantamento do Datafolha (2024), mais de 51% dos brasileiros afirmam descartar resíduos considerados perigosos no lixo comum ou no lixo reciclável, o que potencializa o risco de danos. Por isso, as parcerias entre instituições e entidades gestoras podem ajudar a educar a população sobre a importância do descarte adequado desses resíduos. 

Nesse sentido, programas educativos são uma excelente forma de engajar a comunidade e incentivá-la a participar ativamente na redução dos impactos ambientais. Por meio de campanhas de sensibilização, eventos e materiais educativos, as parcerias podem aumentar a compreensão sobre a necessidade de descartar corretamente os resíduos perigosos e de adotar práticas mais sustentáveis no dia a dia.

Dados de 2024 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacam que mais de 70% da força de trabalho mundial está sujeita a riscos significativos à saúde devido às mudanças climáticas. Esse cenário torna ainda mais urgente a necessidade de uma gestão segura de resíduos perigosos, já que o manuseio inadequado desses materiais pode levar à contaminação do solo, da água e do ar, gerando impactos ambientais de longo prazo. Além disso, a exposição a esses resíduos pode causar graves problemas de saúde, incluindo intoxicações, doenças respiratórias e outros efeitos adversos, reforçando a importância de ações preventivas e de conscientização.

Em um mundo onde a geração de resíduos perigosos cresce a cada ano, essas alianças se apresentam como a solução mais robusta para enfrentar esse desafio de forma sustentável, rápida e eficaz. Elas possibilitam a criação de sistemas economicamente mais viáveis e ambientalmente responsáveis. Investir na logística reversa é investir em um futuro melhor, protegendo não apenas o meio ambiente, mas também a saúde e a qualidade de vida de todos.

*Robson Esteves – Presidente da ABREE — Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos.   

Abaixo, outros artigos enviados ao #OxeRecife para publicação

Leia também
Artigo: Gestão de resíduos perigosos: o poder das parcerias estratégicas
Artigo: Queimadas, desperdício de alimentos e práticas agrícolas sustentáveis, por Sérgio Rocha
Artigo: Como foi 2024 para o mercado de cannabis medicina, por Pedro
Artigo: Favelas ou Principados, por  Fabrícia Miranda
Artigo: Como a população pode participar de logística reversa, por Helen Brito
Artigo: Sexta-feira 13, um folclore moderno, por Lucas C. Lima
Artigo: Precisamos falar sobre vidas ribeirinhas, por Francisco Neto Pereira Pinto
Artigo: tempo de reflexão e luta por um mundo melhor
Artigo: “Legislação sobre exposição ao calor precisa ser revista”, por Fabrício Varejão
Artigo: O papel do G20 na proteção dos oceanos, por David Schurmann
Alerta de um homem do mar: “Oceanos sufocados, Planeta sem ar”
Artigo: O alerta vermelho da  saúde mental no trabalho, por Suzie Clavery
Artigo: A importância do descarte correto de eletrônicos e eletrodomésticos, por Robson
Artigo: “A urgência da inclusão de idosos nas cidades brasileiras”, por Thomas Law
Artigo: “A necessidade de mudança na formação médica”, por Diego Gadelha
Artigo: Como podemos transformar ciência em ação sustentável para a biodiversidade
Artigo: Uma nova geração de leitores
Artigo:  “Mercado editorial brasileiro. Publica-se muito, mas vende-se nem tanto”, por Lilian Cardoso
Artigo: Legislação sobre exposição de trabalhador ao calor precisa ser revista, por Fabrício Varejão
Artigo: Crescem os casos de trabalho análogo à escravidão, por Isabel Borges da Silva
Artigo: Mobilidade do futuro para um amanhã mais verde por Patrícia Gomes
Artigo: Insônia, o novo foco de lucro contínuo das farmacêuticas, por Isabel Braga
Artigo: O autista é a vítima perfeita para o bullying, por Lucelma Lacerda
Artigo: Mulheres indígenas e a sua luta, por Patrícia Rodrigues Augusto Carra
Artigo: Carnaval aquece a economia criativa, Por Paula Sauer
Artigo: Quase metade do lixo gerado pelo Brasil é descartado de forma incorreta
Artigo: Cerrado e caatinga são patrimônios do Brasil e precisam ser protegidos
Artigo:Dia Mundial do Meio Ambiente, restauração de terras, desertificação e resiliência
Artigo: A mensagem da lama, por Aline Locks
Artigo: Dia Internacional das Florestas, vale a pena derrubar árvores? por Viktor Waewell
Artigo: Indústria têxtil, produção, e economia circular por Fabiane Pacini
Artigo: O que o Brasil tem a ganhar com a pauta verde, por Wagner Ferreira
Artigo sobre o Dia das Avós: “Para sempre jovens”? Por Leonardo de Moraes
Artigo: Super proximidade, a febre dos mercadinhos
Artigo: Após 1.500, como os portugueses conquistaram o Brasil, por Vítor Waewell
Artigo: Mulheres indígenas e sua luta para mudar a história: Por Patrícia Rodrigues
Árvores: o que diz o Código Civil sobe conflitos e direitos de vizinhos, por Rafael Verdant

Edição: Letícia Lins/ #OxeRecife
Foto: Divulgação / Acervo #OxeRecife

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.