Arco Metropolitano em nova discussão

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Uma das obras previstas pelo governo estadual que no momento mais preocupa ambientalistas, o Arco Viário Metropolitano volta a ser discutido nessa terça-feira (27/07) por quem entende muito bem do assunto natureza: biólogos. É que o Conselho Regional de Biologia da 5ª Região (CRBio-05) promove um debate sobre o assunto à noite. A live ocorre a partir das 19h30m, no canal do CRBio-05, no YouTube.

A live tem o tema “Prevenir ou compensar? Arco Viário Metropolitano, biodiversidade e economia de Pernambuco”, com mediação da conselheira secretária do CRBio-05, Rachel Lyra. Discutido há pelo menos duas décadas, porém sem nunca ter saído do papel, o chamado Arco Metropolitano tem por objetivo desafogar o trânsito da Região Metropolitana, principalmente a BR-101, que dá sinais de estrangulamento. O Arco pretende ligar Igarassu (ao Norte) ao Cabo de Santo Agostinho (ao Sul). O problema é que o traçado apresentado pelo governo estadual  implica em destruição de trechos nativos de Mata Atlântica na APA Aldeia Beberibe, que funciona como uma espécie de pulmão do Grande Recife.  Moradores de Aldeia e municípios vizinhos incluídos na APA  não são contra o Arco, mas querem mudar o traçado.

Eles acreditam que, mantido o desenho original, haverá destruição da mata nativa que resta e ficarão em risco ainda maior animais que povoam a Mata Atlântica, como a preguiça, que virou símbolo da campanha do “Movimento Arco em Aldeia? Arrudeia”.  Ambientalistas questionam  o trecho que vai da BR-101 Norte à BR-104 (no limite Paudalho/ São Lourenço), devido ao impacto ambiental que provocará inclusive nas nascentes da região. A sugestão da sociedade civil é uma mudança que pode  implicar em aumento de quase 20 quilômetros, em relação à extensão da proposta original, apresentada pelo Governador Paulo Câmara (PSB).

Arrudeia diz que traçado original do Arco Metropolitano prejudicará até as nascentes da APA Aldeia Beberibe.

“O grande objetivo do CRBio-05 é mostrar o impacto ambiental de um dos traçados do Arco porque ele passa justamente pela Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia Beberibe. O projeto atual impacta diretamente na fauna e na flora”, ressalta a representante do CFBio e do CRBio, Eduarda Larrazabal. “Entre as pautas da discussão estão a situação atual dos planos para o Arco Viário Metropolitano, o impacto de estradas na fauna, o custo de reabilitação da fauna de Pernambuco, o uso sustentável e o território da Mata Atlântica no estado, manutenção da vida/agroecologia, estoque x perda de carbono e a construção do Arco Viário Metropolitano, estradas, colisões e pandemias e o papel da APA Aldeia Beberibe para Pernambuco”, destaca.

O encontro virtual terá a presença de oito convidados/as: secretária Executiva da Semas/PE, Inamara Mélo; presidente do Conselho Federal de Biologia (CFBio), bióloga Maria Eduarda Lacerda Larrazábal; professora Bruna Bezerra e professor Enrico Bernard, ambos do Departamento de Zoologia da UFPE; Yuri Marinh, gestor do Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (CETAS Tangara); professoras Ednilza Maranhão e Ana Carolina Lins e Silva, ambas da UFRPE; Cinthia Lima, analista ambiental da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e gestora da APA Aldeia Beberibe.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Eco Verdejante e Cprh / Acervo #OxeRecife

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