Com a devastação cada vez maior de nossas matas e o avanço da urbanização – pressionada pela especulação imobiliária – cresce o número de animais ameaçados, alguns deles antes comuns ao nosso cotidiano, como o jabuti e o calango, tão presentes nos quintais de nossa infância. Estudo envolvendo 126 espécies mostra que pelo menos 22 sofrem algum tipo de risco no Estado.
A pesquisa foi divulgada essa semana pela Agência Estadual do Meio Ambiente (Cprh), Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (Ufrpe). Foram investigados quelônios, lagartos, anfisbaenas (cobras de duas cabeças), serpentes e jacarés. Destes, 22 estão incluídos na chamada Lista Vermelha de animais ameaçados de extinção. Eles foram identificados como em categorias CR (criticamente em perigo), EM (em perigo), VU (vulneráveis).
Duas espécies figuram na classificação Criticamente em Perigo, ambas quelônios: a cabeçuda e a Lepidochelys olivacea. Já na Em Perigo estão nove espécies: a tartaruga de pente, três tipos de cobra de duas cabeças, 4 de lagartos e uma serpente. Por fim, as Vulneráveis reúnem onze espécies: a tartaruga verde, três tipos de lagartos e sete espécies de serpentes, entre elas a surucucu. A lista total do estudo, publicada no Diário Oficial do Estado na terça (16), mostra ainda espécies nas classificações DD (Dados Insuficientes), com 12 tipos, e LC (Menos Preocupante), com 92.
De acordo com a Cprh, as espécies citadas na classificação DD devem ter os mesmos cuidados para as enquadradas nas categorias de ameaçadas. Segundo o coordenador científico do estudo, professor Geraldo Jorge Barbosa de Moura, a pesquisa vai ajudar a formular políticas públicas para conservação da biodiversidade. “Serve como uma ferramenta de gestão da vida. No caso de licenciamentos, inclusive, o estudo pode nortear onde áreas poderão ou não ser liberadas para construções”, explicou o biólogo.
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Cprh / Divulgação
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