Andando sobre o inimigo

Penso que já está no tempo de a Prefeitura  (Emlurb, URB, etc) repensar esses modelos de tampas duplas que “adornam” os bueiros do Recife. Eles ficam normalmente nas extremidades das calçadas, quase rentes ao meio fio e servem para “proteger” as bocas de galerias pluviais. Mas para os pedestres, transformaram-se em inimigos, verdadeiras armadilhas.

Ando muito pelas ruas do Recife e posso dizer, com a maior margem de segurança que pelo menos 70 por cento delas estão em péssimas condições, ameaçando por completo a segurança dos pedestres. Não entendo do assunto, mas a impressão que tenho é que as ferragens utilizadas nas placas não são suficientes, porque normalmente elas cedem. Muitas vezes no meio.

Já sou habituada às péssimas calçadas do nosso Recife, inclusive até já sofri fratura no pé por conta da buraqueira. Mas essas tampas duplas estão em todos os lugares: em calçadas de prédios públicos, em volta do Açude de Apipucos, no centro, nas margens dos rios. Sempre estão irregulares.  Por que chamo a atenção? Porque dia desses, um rapaz pisou em uma placa dupla dessas (foto), na Avenida Dezessete de Agosto. Ela cedeu, a perna dele ficou presa e ele nem pôde mais ficar de pé, depois daquele tombo.

Teve que ser removido por uma ambulância do Samu. Esse acidente, eu testemunhei, pensando inicialmente que tinha sido de moto, no meio do asfalto. Mas tinha sido na calçada mesmo, e o rapaz era amparado por três pessoas. Após a chegada do Samu, continuei minha caminhada, passando a observar não as placas duplas (das quais já vinha mantendo distância) mas como as pessoas não têm noção do perigo. No pequeno trecho que cumpria entre a esquina com a Estrada do Encanamento até a Praça de Casa Forte, encontrei algumas pessoas que pisavam nessas placas, algumas com risco de ceder, de forma tão visível quanto a que provocara o acidente minutos antes. Será que não existe modelo de placa mais segura?

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Texto e foto: Letícia Lins / #OxeRecife

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