Ana Augusta, a boa “Mãe Malvada”

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Uma exemplar “Mãe malvada”. Assim é Ana Augusta Soares,  que ostenta histórico de sentimento, responsabilidade, perseverança, superação. Advogada, triatleta, mãe biológica de duas crianças, seu nome também se confunde com a marca de denominação aparentemente polêmica e contraditória que criou.  Ela é mãe de fato e de direito de João Lorenzo e Clara. Mas tem um “mundão” de filhos por aí. É que em 2016, após o nascimento da menina,  enfrentou uma depressão pós-parto muito forte. E resolveu ressignificar a vida, através do Triathlon, inclusive incentivando a prática de exercícios físicos a crianças do Sertão. Além de aderir ao esporte,  criou o “Triathlon Mãe Malvada”, cuja quarta edição ocorre no dia 10 de julho, em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).  A competição é é considerada pelos entendidos como a “mais bonita do país”.

As ruas de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) receberão cerca de 500 triatletas na prova “Mãe Malvada”

O certame deve atrair cerca de 500 triatletas  às duas cidades, onde são esperados competidores de várias partes do Brasil, e até de países como Espanha, Portugal e Estados Unidos. Ana nasceu na cidade sertaneja de Tacaratu, a 450 quilômetros do Recife. Mas mora em Petrolina, também no Sertão, desde 2000. Localizada a 769 quilômetros do Recife, Petrolina fica no Vale do São Francisco, região pela qual a “Mãe Malvada” se apaixonou. E onde deu início à trajetória que lhe deu fama. “Conheci um grupo de meninos do Rio São Francisco, pessoas simples e verdadeiras, que me ensinaram valores de igualdade, compromisso comigo mesma e principalmente de disciplina”. E recorda: “Durante os treinos, passei a acolher, cuidar e unir todos eles, o que os levou a me chamarem de mãe”.

Ela explica, porém, porque adotou o adjetivo malvada que, nos contos de fada, remetem a imagens de madrastas ruins ou mesmo de mães que não cuidam dos filhos como deveriam. Até porque a crônica policial está repleta delas.

É que em um treino muito puxado, muitos “filhos” não conseguiram acompanhá-la. “Então, um deles disse aqui é onde um filho chora e a mãe o vê, e ainda deixa. Ela é uma mãe malvada”, recorda, lembrando que a partir daí o nome “Mãe Malvada” virou referência para a triatleta.  Porém no sentido oposto do adjetivo, claro. Porque “malvada”, no caso, ganhou significado de persistente. “Uma mãe repleta de filhos no esporte e que se viu muito além de malvada, mas sim, realizada. Realizada também por antes ser apenas uma mulher na região, enquanto hoje são centenas, pois agreguei muita gente ao esporte”. Resultado: a “Mãe Malvada” virou uma marca de sucesso e nome daquela prova, cujas inscrições para a edição de 2022 já estão esgotadas. O Triathlon “Mãe Malvada” não vai ficar restrito ao Sertão.

Isso porque a competição vale como a segunda etapa do Campeonato Baiano da modalidade. O “Mãe Malvada” é organizado pela triatleta  e  pela Federação Baiana de Triathlon.  A largada será às 6h, com os atletas em balsa, pelo Rio São Francisco, onde disputam a natação. Depois,  continuam a prova de ciclismo em Juazeiro (BA), atravessando a Ponte Presidente Dutra que separa a cidade baiana da pernambucana Petrolina, onde eles fazem corrida até a chamada Porta do Rio. Os competidores se dividem em duas categorias: Olímpico e Sprint. Na primeira, eles nadam 1.500 metros, pedalam 40 quilômetros e correm dez quilômetros. Na segunda, nadam 750 metros, pedalam 20 quilômetros e correm cinco.  Por sua persistência poder de mobilização e sucesso em provas esportivas, a Mãe Malvada tornou-se de grandes marcas. Entre as empresas que apoiam o evento está a Agrovale, que fica em Juazeiro.

Abaixo, você confere outros eventos e personagens que movimentam o Sertão.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação

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