Alfaias no Recife e em Cartagena

Sexta-feira de alfaias, tambores e batuques, no bairro do Recife. É que hoje tem Tumaraca, mais um ensaio coletivo de nações, no Bairro do Recife. Como tradicionalmente acontecia, desde os tempos do saudoso Naná Vasconcelos, o ensaio dos maracatus ocorre na Rua da Moeda, onde o som da manifestação é frequente a qualquer época do ano, principalmente aos domingos.

Entre as nações que desfilam à noite, encontram-se Tupinambá, Porto Rico e Oxum Mirim. A concentração dos maracatus acontece a partir das 19h, naquela artéria do Recife Antigo (como os órgãos oficiais de turismo preferem chamar o bairro). Recentemente estive em Cartagena, e ouvi um batuque bem familiar.

Fui me guiando pelo som das alfaias que encontrei, finalmente, na frente de uma igreja, no interior da Cidade Murada. Os sons em tudo lembravam os batuques do nosso maracatu. E as roupas brancas me fizeram recordar os afoxés. Mas não era nada disso. As alfaias saudavam um casal de noivos, enquanto mulheres agitavam as ancas e os braços ao som dos tambores. Não consegui saber se aquilo é uma tradição dos casamentos naquelas bandas da Colômbia.

O fato é que, à noite, em um restaurante havia uma comemoração de outro casamento. E os músicos que apareceram foram mariachis, aqueles tradicionais mexicanos com seus chapelões. Durante a tarde, no entanto, as alfaias anunciavam que noivos  estavam saindo da Igreja. Depois, houve um cortejo de alfaias, com homens e mulheres paramentadas de branco pelas ruas. Um desfile e tanto, que virou um deleite para turistas. Antes da saída, foi feita uma roda no pátio em frente ao templo, onde os batuques e danças começaram. Não sei bem o que significa, mas de repente, fui transportada pelo que ouvia, para o Pátio de São Pedro, a Rua da Moeda, ou mesmo para o Pelourinho, em Salvador. Confiram o vídeo, na saída do casal após a cerimônia de casamento, e antes do início do cortejo pelas ruas.

 

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Texto, foto e vídeo: Letícia Lins / #OxeRecife

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