Água mineral em copo biodegradável

Compartilhe nas redes sociais…

O ideal é que nada, mas nada mesmo, seja jogado à natureza. Mas infelizmente as pessoas e até instituições costumam jogar copos, garrafas PET, depósitos de vidro e outras coisas nos mares, oceanos, nas areias das praias, nas ruas. Até que a humanidade se conscientize da importância do descarte correto, ainda vai demandar um tempão. Principalmente no Brasil. No Recife, por exemplo, os canais e rios estão entulhados de embalagens plásticas. Portanto, são dignas de registro todas as tentativas para minorar esse problema. Porque todo mundo sabe o tempão que um canudinho, um copo ou uma garrafa de plástico leva para se decompor: entre 250 a 400 anos.  Quem anuncia uma boa novidade é a Naturágua, que está comercializando seu produto – água mineral – em copo plástico “biodegradável”. Pelo menos, é o que assegura a empresa, que tem sede em Fortaleza.

O novo copo utilizado pela Naturágua soluciona a questão da decomposição. Em sua formulação, a embalagem (feita de polipropileno) traz um aditivo que acelera o processo de oxidação e degradação, tão logo o material seja exposto ao meio ambiente. De acordo com o Grupo Telles – responsável pela marca de envase, que fica em Fortaleza – aquele fato facilita o seu consumo por micro-organismos. Submetido à agentes ativadores, dentre eles calor, umidade, luz UV e oxigênio, o tempo de deterioração do copo biodegradável é de no máximo 2 anos, no máximo. O copo é produzido pela Thermovac, empresa catarinense de embalagens plásticas. E é certificado pela SP Technical Research Institute, da Suécia, e aprovado pelo FDA nos EUA. A Organização das Nações Unidas (Onu) estima que, a cada ano, mais de oito milhões de toneladas de plásticos cheguem aos oceanos.

Como a população é muito mal educada, provavelmente essa embalagem também vai um dia parar no mar. Mas, pelo menos, leva menos tempo para se degradar que as convencionais normalmente utilizadas pela indústria de bebidas e alimentos. Entidades de defesa do meio ambiente, como a WWF, vem alertado que, se nenhuma medida for tomada, até 2050 os mares terão mais plásticos do que peixes. Ou seja, um problemão. “Temos o compromisso de oferecer aos nossos consumidores produtos de qualidade e que estejam alinhados ao nosso pilar de sustentabilidade ambiental”, explica Aline Telles Chaves, vice-presidente de Operações do Grupo Telles. “Vivemos e implantamos na Naturágua o conceito de competitividade sustentável onde somos responsáveis pelos recursos gerados e seus impactos. É fundamental que cada um faça a sua parte para preservar os recursos do planeta”. No segundo semestre de 2019, a marca cearense já havia apresentado garrafa PET mais leve em 30% do que os tradicionais, com 9 gramas – contra as de 13 a 15 gramas disponíveis no mercado – produzida com maquinário importado da Europa.

Segundo a empresa, o maquinário é único no segmento de água mineral instalado na América do Sul. Há quase três décadas no mercado, a Naturágua, uma das sete empresas do Grupo Telles, é a primeira água mineral brasileira com certificado ISO 22000. Com sede em Fortaleza-CE, a companhia é formada por sete empresas — Agropaulo, Ceará Mirim, Ypetro, Naturágua, Yplastic, Santelisa Embalagens e iPark Complexo Turístico. A história do Grupo, mais antiga empresa familiar do Brasil, começou em 1846 com o português Dario Telles de Menezes, produtor de aguardente de cana-de-açúcar na fazenda Ypióca, em Maranguape-CE.

Leia também:
Maquininha de passar cartão feita com plástico retirado do mar
Xô, copos plásticos!
Faça como a WeWork: troque o copo plástico por uma canequinha
Lixo plástico vira cinema nas escolas
Plásticos nas praias viram embalagens
Canudos plásticos de praias viram óculos: a natureza agradece
Nestlé quer plástico biodegradável
Quatro milhões de canudos a menos no mercado
Noronha reforça Plástico Zero
Campanha contra plástico rende prêmio

Começa a campanha Praia Limpa
A praia de Boa Viagem está limpa?
Praia Limpa para Boa Viagem e Pina
Plásticos poluem Boa Viagem
Mutirões espontâneos contra o lixo
Ministro manda oceanógrafo trabalhar na caatinga. E o Sertão já virou mar?
Plásticos viram vilões de tartarugas 
Colete três plásticos na areia
Mar: mais plásticos do que peixes em 2050

Ecobarreira vai a São Paulo e Paraguai
Pet vira barreira para reter lixo em canal
Tartarugas: entre a ameaça e a salvação 

Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Naturágua / Divulgação

Continue lendo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.