Assim, fica difícil. De um lado, o maravilhoso bloco carnavalesco Escuta Levino, que se concentra na Praça Maciel Pinheiro, e ganha as ruas do Recife. É uma das melhores pedidas dessa quinta-feira. Do outro, 24 afoxés que realizam o Ubuntu (consagração ao povo negro), que termina com lavagem simbólica daquele espaço com águas sagradas. Antes, eles se encontram no Pátio de São Pedro, onde preparam o Amaci/ Omi Eró (banho de ervas), feito pelos babalorixás e ialorixás.
Às 16h, o cortejo dos 24 grupos parte da altura da Mariz e Barros rumo ao Marco Zero e abrem os caminhos para os foliões, evocando bênçãos para a festa do Carnaval. Com a chegada no Marco Zero, há a lavagem do ponto 0km da cidade sob os batuques dos afoxés que sobem a rampa do palco com a missão de entoar os cânticos para os Orixás com a mensagem de Paz e Amor para o Carnaval 2018 de nossa Cidade Recife.
Às 18h, o Marco Zero vira palco para o Tumaraca – Encontro de Nações, espetáculo que reúne 13 agremiações de Maracatu de Baque Virado e 700 batuqueiros no coração dos festejos de Momo. No palco, os 13 mestres irão fazer uma autorregência com participações do Coral Voz Nagô, da cantora Isaar e dos cantores Guitinho de Xambá (Grupo Bongar) e de Zé Brown.
O espetáculo começa com a clarinada, que soa às 18h para convocar os 700 batuqueiros, que partem da Rua da Moeda em direção ao palco. A partir das 18h50, o espetáculo tem início com o Hino de África do Sul, Saudação aos Orixás e Recife Nagô com as vozes do Coral Voz Nagô. O espetáculo segue com a participação do Bongar, liderado por Guitinho, que entoará a Saudação a Ogum, Uma Só Nação e Malunguinho. Em seguida, Isaar sobe ao palco para interpretar loas diversas e as canções Anum Azul, Copo de Espuma e Recife Manhã de Sol (Jota Michiles). O espetáculo culmina com a participação de Zé Brown, que mistura suas rimas de rap ao peso do baque do Maracatu Nação.
Leia também:
Ervas sagradas ganham sementeira
Alexandre: juremeiro e mestre
Noite afro no Pátio e Marco Zero
Kipupa Malunguinho movimenta Catucá
Cultura negra valorizada na escola
A única mestra de maracatu
Terça-feira de afoxés e maracatus
Caia na folia dos maracatus
Arsenal tem 18 tribos de caboclinhos
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife