Acidentada, preguiça passa por cirurgia e reabilitação na hidroterapia

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Depois da medicina alternativa e oriental utilizada no tratamento do leão Leo – que faleceu no último dia 16 de janeiro – agora é a vez de Laura ser cuidada com tratamento diferenciado. Laura é uma fêmea de bicho preguiça, que caiu de uma árvore, e fraturou o braço. Passou por cirurgia e vem sendo reabilitado com hidroterapia, de uso tão comum entre os humanos quando apresentam problemas motores. Laura vive em área  de Mata Atlântica, no Parque Estadual de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife.  No seu interior, funciona o mais conhecido zoológico localizado em Pernambuco.

As preguiças normalmente se locomovem com muita facilidade no alto das árvores, onde podem ficar penduradas por horas e até por dias. Mas Laura, que tem dois anos, sofreu o acidente em dezembro, quando precisou de operação, realizada por meio de parceria entre o Pedi e a Clínica Animalis. Laura recebeu uma placa metálica e pinos para ajudar na recuperação. Desde então, a equipe do parque, através do Projeto Preguiça de Garganta Marrom, assiste ao animal.

Referência nacional em reabilitação de preguiças, o Garganta Marrom se dedica ao restabelecimento da trelosa “garota”.  A informação sobre o caso Laura é da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE) e do Pedi, cujos especialistas apostam na hidroterapia para acelerar a recuperação do bichinho de forma segura. Tentam fortalecer os membros e melhorar os movimentos do animal, que fraturou o osso úmero do braço direito. Tadinha. Isso a impediria pelo resto da vida e procurar alimento – folhas (principalmente de imbaúba)  – no alto das árvores.

Coordenadora do belíssimo Projeto Preguiça de Garganta Marrom, Fernanda Justino informa que estão sendo usadas técnicas tradicionais na recuperação de animais feridos, mas que também se lança mão de outros recursos como hidroterapia para alcançar melhores resultados. “Essa é a primeira vez que acompanhamos a recuperação de uma preguiça com placa metálica num membro tão importante para sua locomoção. Esse processo é lento e o recurso da hidroterapia ajuda a fortalecer o membro sem grandes impactos”, explica a bióloga. E haja ciência…

Para quem imagina que a preguiça não gostou da ideia de fazer hidro ou tem um desempenho lento por suas características em terra firme, está bem enganado. As preguiças são boas nadadoras. E até se locomovem na água com maior rapidez que na terra. “Se caem na água, podem até atravessar um rio com facilidade. São bem mais rápidas nadando do que andando”, revela a bióloga. “Laura relaxa muito quando entra na sua piscina”.

Laura nada três vezes por semana e depois da atividade toma banho de sol. Como ainda está fortalecendo o braço, ela não pode ficar pendurada em árvores no recinto. Fica em um espaço separado, onde é observada por biólogos e veterinários. A companhia dela é um filhote de bicho-preguiça, o André, com pouco mais de quatro meses. André perdeu a mãe e também está em processo de reabilitação. “O carinho e o apego são sempre grandes. Mas, nossos esforços estão centrados em reabilitar os dois animais. A alegria maior é poder devolvê-los à natureza para que cumpram sua função ambiental”, defendeu Fernanda.  O Parque de Dois Irmãos faz o atendimento aos bichos que vivem na Unidade de Conservação ou por meio de parcerias com instituições específicas. Já os animais silvestres resgatados no estado devem ser encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres – Cetas Tangará, da Agência Estadual de Meio Ambiente – Cprh.

O Cetas fica na Estrada da Muribeca, no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife. Quem precisar entrar em contato com o Cetas pode ligar para (81) 3182.9022. Já o Pedi encontra-se fechado para o público desde o início da pandemia, sem previsão de reabertura. Mas o expediente interno e diário tem sido mantido, para assegurar o bem estar da população do zoológico de Dois Irmãos.

Nos links abaixo, você vai conhecer mais sobre o bicho-preguiça e suas travessuras. Assim como  recolher informações sobre a saga do Leão Leo, que morreu de câncer e foi tratado com medicina chinesa.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Lu Rocha / Divulgação / Semas

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