Acesso à Igreja do Monte precisa de reparo

Um dos destinos do percurso da última edição de 2019 de nossas Caminhadas Domingueiras do último dia 15 de dezembro, a  Igreja de Nossa Senhora do Monte não é tão visitada quanto as outras, que ficam nas ruas mais conhecidas do Sítio Histórico de Olinda. Mas deveria ser, pois é tida como o primeiro templo cristão de Olinda dedicado a Nossa Senhora. Tem mais: há quem defenda ter sido a  a primeira igreja a ser construída na localidade, o que aconteceu em 1535.

Ela foi erguida a pedido de Duarte Coelho, Donatário da Capitania de Pernambuco e devoto da Santíssima. Em 1586, o templo seria cedido à Ordem de São Bento. Ali funciona hoje um mosteiro, onde são produzidos deliciosos licores e biscoitinhos artesanais, os famosos bricelets, de massa fina e adocicada. No domingo, no entanto, não havia os biscoitos porque as freiras estavam saindo de um retiro e não tiveram tempo de prepará-los. Mas licor, teve muita gente que comprou.

Alguns dos caminhantes que já tinham ido antes à Igreja de Nossa Senhora do Monte se surpreenderam com a mudança na Estrada do Monte, que dá acesso ao templo. Antes com as laterais tomadas por vegetação nativa, são hoje alvo de habitações desordenadas.  Muita parte da vegetação daquele trecho em Olinda foi suprimida para construção de casas.

Pior: o que não falta  é mato e lixo acumulado ao longo do caminho. São cenas incompatíveis com uma cidade que é Patrimônio Natural  e Cultural da Humanidade. Quem sobe a ladeira até o templo a pé, enfrenta mais um problema, na ocasião da descida. É que as pedras irregulares que calçam a via ficam escorregadias quando chove, como aconteceu no último domingo. Então, o pedestre tem que ter o maior cuidado no retorno, para não cair.

Isso porque as calçadas praticamente não podem ser usadas. Há trechos onde elas simplesmente não existem. Quando sim, são desniveladas, ou ocupadas por lixo ou metralhas. Coisa triste de se ver, porque o templo é simples, mas bonito. E ao seu lado há um praça praticamente abandonada pelo poder público. Mas ao redor do mosteiro sobrevive um sítio com fruteiras, como se observa das janelas (foto ao lado). Pelo menos isso.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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