Aceiros e povo contra o fogo no Sertão

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Turma linda, essa daí.  E todo mundo que ajudou, incluindo a população sertaneja. A gente tem mais é que tirar o chapéu para o Corpo de Bombeiros, a Brigada de Incêndio do Ibama, e também a equipe de Fiscalização Florestal da Cprh. Juntos, com homens e mulheres da caatinga, eles conseguiram debelar o fogo que se alastrava por 18 quilômetros de vegetação nativa, no Sertão de Pernambuco.

A união faz a força. Até mesmo contra o fogo. As chamas se espalhavam pelas matas, entre  os municípios de Iguaraci e  Ingazeira, ambos no Sertão do Pajeú, quando todos combateram o incêndio que começava a se espalhar pelas matas, no meio desta semana. Iguaraci fica a 363 quilômetros do Recife, e  Ingazeira a 26 quilômetros depois.  encontram-se com a vegetação esturricada, por conta do sol de verão.

Cinzenta durante as secas, a caatinga ficou ainda mais triste com o incêndio registrado no Sertão de Pernambuco.

Fiquei muito triste quando soube do fogaréu, ainda mais nesses dias, onde um incêndio atingiu, também, um dos lugares mais lindos desse País: a belíssima Chapada dos Veadeiros, cuja paisagem, vegetação e águas fartas encantaram essa escriba aqui, há alguns anos, durante as  férias de dezembro. Houve um dia em que caminhei por dez horas pelas trilhas e matas (com guias, claro), sem perceber o tempo passar. Isso, porque os caminhos eram alternados com mergulhos em águas mansas e cristalinas de rios, fontes, lagoas que deixavam zerado o nosso cansaço.

No Sertão, a fartura não é tanta quanto no Cerrado. E de água, muito menos. Mas a topografia não é tão acidentada quanto em Goiás,  e deve ter sido menos complicado controlar o fogo. Além disso, a caatinga é mais esparsa do que a vegetação do Cerrado. Em todo caso, os dois dramas dão vontade na gente de chorar. Até ontem a Cprh não tinha notícia de animais mortos no nosso Sertão. Graças a Deus. Parece que os bichinhos souberam fugir. Os moradores da caatinga ajudaram, e muito, no combate ao fogo, abrindo aceiros em volta da área atingida. Dessa forma, foi mais difícil o fogo se espalhar. E viva o sertanejo, “antes de tudo um forte”.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação / Cprh

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