A vulva que virou “Diva” em discussão

Em plena pandemia, com as galerias de arte com o movimento praticamente parado e muitas exposições que estavam programadas sendo suspensas, a artista pernambucana Juliana Notari  quebrou o marasmo imposto pelo isolamento social.  Fez uma obra que deu o que falar: Diva, uma vulva imensa, vermelha e “ferida” – como  ela mesma diz – no topo de um morro de 30 metros de altura.

Construída em concreto, resina e tinta de cor vermelho sangue, a Diva movimentou as redes sociais durante um longo período. E ajudou o nome de sua criadora a ter 127 mil buscas no Google. A polèmica chegou até à imprensa internacional. A escultura é uma das atrações  da Usina de Arte de Água Preta, um museu a céu aberto que funciona na antiga Usina Santa Terezinha, no município de Água Preta, na região canavieira de Pernambuco. A  indústria açucareira até 1998 só produzia álcool e açúcar.

Mas hoje produz cultura. A construção da escultura exigiu a presença de engenheiro e equipe de 40 pessoas. E resulta de uma residência promovida pelo Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam).  O trabalho é uma vulva imensa, com seis metros de profundidade e 16 metros de largura.

Nessa terça-feira, Juliana participa de live no canal do YouTube da Secretaria de Cultura de Pernambuco. O encontro será às 19h e é aberto ao público. Além de Juliana (que é artista plástica e doutoranda em artes visuais), estará Bruna Pessoa de Queiroz (que é Gestora da Usina de Arte). A mediação será de Márcio Almeida, que é Coordenador de Artes Visuais da Secult-PE). De acordo com a Secult-PE, o encontro entre a artista, a gestora e o debatedor tem por finalidade refletir sobre a repercussão do trabalho, dentro do contexto das artes plásticas em Pernambuco. O tema, claro, não poderia ser outro: Diva, Arte e liberdade. A live também é uma boa oportunidade para que o público conheça a Usina de Arte.

Em Pernambuco, há muita gente que já viajou a Brumadinho, em Minas Gerais, só para conhecer o famoso Instituto Inhotim, considerado o maior museu a céu aberto do mundo.  Mas há muitos pernambucanos que não conhecem a Usina de Arte de Água Preta, iniciativa que vem mudando a face do município, antes marcado pela monocultura da cana e pela miséria dos seus moradores.  Detalhe: A Usina fica a apenas 130 quilômetros do Recife, na Zona da Mata Sul.  Já Inhotim, se está a apenas 60 quilômetros de Belo Horizonte, se localiza a 2.175 quilômetros do Recife. Então… vamos conhecer a verdade mais próxima, não é?….

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Fotos: Divulgação 

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