A polêmica obra “concluída”. Concluída?

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Ainda me intrigam, e muito, as obras de “reforma” do Mercado da Madalena, um dos mais frequentados e tradicionais do Recife. A requalificação parece serviço de ninguém.Tudo mal feito e inacabado, apesar do investimento exibido com estardalhaço, no valor de R$ 1.045.240, em placa fixada na Praça Solange Pinto do Melo, no meio da qual ele fica. E que também está em petição de miséria: suja, abandonada, invadida por pessoas sem teto, que usam as grades e bancos da praça para estender roupas e trapos.

Os mercados públicos da cidade estão sob gestão da Prefeitura, como ocorre em qualquer lugar. Mas a obra foi tocada pela Secretaria de Turismo e Esportes de Pernambuco, durante a gestão anterior. E talvez seja este o motivo do silêncio em relação às precárias intervenções realizadas, praticamente imperceptíveis para quem vai ali fazer compras, tomar cerveja com os amigos, ou solicitar algum tipo de serviço (conserto de sapatos, bolsas, de roupas, por exemplo). Os trabalhos tiveram início bem pertinho das eleições de 2018: em maio daquele ano.

Sinceramente, não sei se uma calçada que acaba de ser requalificada, pode ser considerada “concluída” desse jeito.

Na última vez que solicitei informações aos órgãos públicos sobre o assunto, soube apenas que a Praça Solange Pinto de Melo não havia sido contemplada pela verba. No interior do Mercado, no entanto, não se vê mudança. Todos os locatários reclamam do “serviço” feito. A única novidade fica por conta da calçada em volta do Mercado da Madalena. Indaguei à Setur e também à Emlurb quem são os responsáveis pelas “novas” calçadas ali realizadas. Até hoje, nenhum órgão respondeu aos meus questionamentos, o que parece ser bastante estranho. Como não se dar informação sobre uma obra e ainda mais inconclusa?Trata-se de obra sem dono?

Vejam só a situação das calçadas na Rua Real da Torre, depois de “concluídas”. Até que o modelito é criativo: em algumas áreas, os canteiros das árvores ficaram maiores (antes o concreto chegava até o tronco).  Mas em outro local,  sobrou um alegrete mínimo e a raiz da árvore se esparramando por cima do concreto. E no espaço destinado a um eventual gramado, só tem mesmo o buraco, areia e pedras soltas. Resultado: risco de queda, principalmente para quem não enxerga ou tem baixa visão. Consultei meu “guru” Francisco Cunha, para assuntos de cidadania a pé, já que ele é militante da causa. “Serviço mal feito”, definiu. Depois, acrescentou: “Não fui lá ainda, mas parece que está faltando alguma coisa. Do jeito que está, pode provocar acidentes”. Não é à toa, portanto, que o cartaz com indicações sobre a obra permanece com a data da entrega, o nome da empresa e o responsável técnico encobertos com tinta verde. Deve ser vergonha de assumir por serviço de qualidade tão… Deixa prá lá. Cada qual que tire suas próprias conclusões.

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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife

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