Sei não, mas essa igrejinha – a de São Pedro Advíncula – deve ser a menor de Olinda. Em visita à cidade histórica – acompanhando grupos como o Andarapé e o Caminhadas Domingueiras – já estive por duas vezes nessa singela capelinha. Ela tem uma curiosidade: foi construída em frente ao prédio onde hoje funciona o Museu de Arte Contemporânea de Olinda, que no passado funcionava como uma prisão eclesiástica. De lá, os presos acompanhavam, à distância, as manifestações religiosas.
A capelinha foi construída em apenas dois anos – 1764 e 1766 – segundo informa o livro Um dia em Olinda, de Francisco Cunha e Plínio Santos Filho. A publicação define como barroco o estilo do pequeno templo. O curioso é que as missas eram ali celebradas, enquanto os presos assistiam à liturgia do outro lado da rua e – claro – atrás das grades. Tanto o Museu quanto a capelinha ficam na Rua Treze de Maio, no bairro do Carmo.

O Museu é um exemplo da arquitetura colonial portuguesa, e foi construído em 1722 para funcionar como prisão eclesiástica (Aljube da Arquidiocese). Ou seja, ali ficava quem cometia pecados contra a Igreja Católica. Entre estes, homens de cor negra que, ao incorporar as religiões que traziam da África, eram acusados de feitiçaria.
Ultimamente o #OxeRecife tem trazido historinhas e curiosidades sobre igrejas do Recife e Olinda, sendo que algumas têm histórias conhecidas e outras, nem tanto. Como são os casos da Igreja de Nossa Senhora dos Artistas e de Santa Cecília, ambas no Recife, mas pouco conhecidas até mesmo pela população da cidade.
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Fotos: Letícia Lins / #OxeRecife