Os nomes são muitos: abricó-de-macaco, castanha de macaco, cuia-de-macaco, amêndoa dos andes, amendoeira dos andes, coco-da-índia. No Recife, ela é conhecida como abricó-de-macaco. Contemplo-a, sempre, na Praça de Casa Forte, onde a árvore ostenta a exuberância de flores e frutos. Elas, perfumadas. Mas eles fedem tanto, que os homens sequer os consomem. Já os macacos adoram a iguaria fedorenta, e são muitas as espécies que vêm o fruto como um bom banquete. Essa árvore é originária da Amazônia, e atinge até 15 metros de altura. Também pode ser encontrada na Venezuela, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Suriname e Venezuela. As flores atraem muitas abelhas e outros polinizadores. Na medicina popular, há quem utilize flores e cascas do tronco para produzir remédios caseiros, que teriam efeitos analgésicos, principalmente na Região Norte do Brasil, onde a planta é mais abundante. No Recife ela pode ser observada em algumas praças e jardins.
A árvore foi uma das escolhidas por Roberto Burle Marx para arborizar a Praça de Casa Forte, seu primeiro projeto paisagístico, hoje tombada e transformada em jardim histórico. Como vocês sabem, ao projetar a Praça de Casa Forte na década de 30 do século passado, Burle Marx dividiu a área em três grandes jardins, cada qual com espécies vegetais distintas. No primeiro jardim, espécies brasileiras, com variedade de plantas aquáticas. No central, espécies da Amazônia. No terceiro, um pequeno resumo de espécies de vário continentes, mas que se adaptaram bem ao Brasil, como é o caso dos flamboyants.
Há estudos que indicam que o projeto original do paisagista tinha 57 espécies. Não sei quantas seriam hoje. Mas entre as que ostentam as flores mais bonitas estão exatamente o abricó-de-macaco e os flamboyants. A natureza, realmente, é muito linda. Como frequento a Praça pelo menos três vezes por semana, observo que aquele retalho verde no meio dos espigões ainda atrai muitos pássaros – sempre há um sabiá cantando – saguins e gambás. Às vezes, testemunho pequenos grupos de jandaia em festa. E ainda tem quem viva de degolar espécies como o abricó. Parem de derrubar árvores!
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife