Se fosse vivo, José Gomes Filho faria cem anos no dia 31 de agosto de 2019. Para os que não sabem, esse era o nome de batismo de Jackson do Pandeiro, que morreu em 1982 deixando como herança nada menos de de 137 discos, além de ser referência para várias gerações de artistas que fazem a Música Popular Brasileira. Grandes nomes da MPB beberam ou ainda bebem na sua fonte: Gilberto Gil, Gal Costa, Alceu Valença, Lenine, Morais Moreira, Silvério Pessoa. Até mesmo o “malandro” Bezerra da Silva (1927-2005) e roqueiro Raul Seixas (1945-1989) deixaram por ele se influenciar.
Para assinalar o centenário, a Cepe (Companhia Editora de Pernambuco) decidiu dedicar parte da edição de agosto da revista Continente (foto ao lado) ao artista. Compositor, cantor e instrumentista, Jackson do Pandeiro ganhou o Brasil com Sebastiana e Forró em Limoeiro, músicas do seu seu primeiro disco, só gravado em 1953, quando ele já tinha mais de 30 anos. Filho de oleiro e cantora de coco, o artista teve uma infância muito pobre. Com a morte do pai, chegou a trabalhar como engraxate e entregador de pão para ajudar a família. Mas em 1935, largou o emprego para substituir um baterista em um clube de Campina Grande, onde a mãe decidiu residir com os filhos, após ficar viúva. E aí não parou mais, passando pela zabumba, bongô, bateria. Mas foi no pandeiro que se encontrou. E até incorporou o instrumento ao nome artístico.
Toda a trajetória de Jackson do Pandeiro – incluindo sua passagem pelo Recife – está relatada na história em quadrinhos Raízes do Ritmo, na Continente, que será lançada na Loja Passa Disco, a partir das 19h da quinta-feira (15/8). Ao artista, são dedicadas 14 páginas da publicação, de forma bem humorada e divertida. O texto é de Débora Nascimento. E Celso Hartkopf assina as ilustrações (belíssimas por sinal). Para celebrar o mês de Jackson, a Continente oferta, ainda, um bonito poster.
A noite contará com exposição sobre o artista com acervo do colecionador Antiógenes Viana, que levará discos raros de Jackson do Pandeiro para mostrar ao público. Haverá, também, audição de músicas do artista. E, para encerrar a noite com chave de ouro, teremos pocket show ,comandado por Silvério Pessoa (à direita). Ele interpretará sucessos inesquecíveis de Jackson do Pandeiro, como Quadro Negro, Casaca de Couro, Mané Gardino, Forró de Limoeiro e Na Base da Chinela, entre outros. A Passa Disco fica na Rua da Hora no bairro do Espinheiro. O acesso à festa do centenário de Jackson do Pandeiro é livre, gratuito portanto. O evento será das 19h às 22h.
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Serviço
O quê – Cem anos de Jackson do Pandeiro (revista, exposição, pocket show com Silvério Pessoa)
Onde – Loja Passa Disco, no Hora Center, Rua da Hora, 345, Espinheiro
Quando – quinta-feira, 15 de agosto
Horário – 19h
Quanto – Acesso gratuito
Texto: Letícia Lins / #OxeRecife