Litoral Sul: excesso de demanda em APA

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É verdade que as praias constituem o espaço de lazer mais democrático que existe. As areias e o mar são de todo nós. Mas quando ficam em Área de Proteção Ambiental (APA), há de se impor limites à frequência do público por respeito à natureza. E às suas necessidades. Mas observem a foto acima. Essa aparente bagunça ocorre na APA de Guadalupe, que fica no Litoral Sul do Estado. E exige, claro, maior disciplina. Para tentar conciliar interesses de veranistas, turistas, pescadeiros, marisqueiros, ambulantes e empresários (donos de hotéis, pousadas, bares, agências de turismo, restaurantes e catamarãs) – a Secretaria Estadual do meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) e a Agência Estadual de Meio Ambiente (Cprh) realizam audiência pública em Tamandaré.

O objetivo do encontro é consolidar documento final de Zoneamento Ambiental e Territorial das Atividades Náuticas (Zatan) da região do estuário do Rio Formoso, área inserida naquela APA. A reunião começa às 9h, no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), que fica na Rua Samuel Hardman, S/N. O ordenamento das atividades é visto como fundamental para a preservação ambiental da área, uma Unidade de Conservação numa região de rica biodiversidade que abriga recifes de coral, uma extensa vegetação de mangue e remanescentes de Mata Atlântica, além de ser área de pesca artesanal e de reprodução do peixe mero, espécie ameaçada de extinção.

Com o Zatan, busca-se equilibrar a prática das atividades náuticas com a proteção das áreas de preservação, delimitando pontos específicos para os banhistas, locais de embarque/desembarque dos equipamentos náuticos e áreas de navegação e pesca para que essas atividades possam continuar ocorrendo com segurança e conservação do meio ambiente.  No caso das embarcações foi articulada uma pactuação para limitar o número de pessoas por barco, até por uma questão de segurança, já que havia registros de passeios de catamarãs para as piscinas naturais com até 300 pessoas.

A realização desse Zoneamento começou a ser debatida em 2017, durante uma ação conjunta entre a Semas, APA de Guadalupe (Cprh) e representantes dos municípios de Sirinhaém, Tamandaré e Rio Formoso, atendendo a uma solicitação do Ministério Público Federal (MPF), por causa dos conflitos decorrentes da movimentação de embarcações na área. A Semas articulou o apoio institucional do Projeto Terramar, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), para a contratação de uma consultoria especializada no assunto, em 2018, que realizou os estudos no local e elaborou a proposta das oficinas participativas.

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Texto: Letícia Lins / #OxeRecife
Foto: Consultoria Zatan/ Divulgação

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