É claro que todo mundo tem direito ao seu totó. E a passear com ele . Mas o proprietário precisa cumprir a obrigação de apanhar as fezes dos animais que emporcalham praças, calçadas, parques do Recife e até as praias. Eu, eu ando muito, sei bem do que estou falando. Pela lei, os proprietários estão proibidos de levar cães à beira-mar. A lei (12.810/2005) é antiga. E, portanto, já era para ser muito bem seguida. Mas na orla da Zona Sul, cachorro é o que não falta na praia, deixando lá seus dejetos. E punição aos donos, que é bom, nada… Falta cidadania à população e sobra omissão do poder público.
No último sábado, me dei ao trabalho de contar a quantidade de animais entre o Edifício Holiday e o Saint Exupéry. Só no percurso de ida, caminhando, encontrei nada menos de 30 animais com seus respectivos donos. Alguns totalmente soltos. Outros, com corrente e coleira. O Problema é que menos de dois por cento dos proprietários carregavam saquinhos para apanhar as fezes dos animais, que ficam na areia da praia, provocando doenças principalmente em crianças, que costumam brincar na areia. Tanto policiais, salva-vidas quanto fiscais da Prefeitura deveriam ser orientados para repreender aqueles que não respeitam a lei, que é estadual. Mas a legislação sobre o assunto, como tantas outras (inclusive de som alto e despejo irregular de lixo), não passa de letra morta.

“A Vigilância Ambiental e a Secretaria de Saúde do Recife realizam sua atividade de rotina, abordagens educativas na orla da cidade, orientando as pessoas sobre os riscos causados pela presença de animais nesses locais”, responde a Prefeitura, em nota enviada ao #OxeRecife, ao ser questionada sobre o abuso, reclamado inclusive por frequentadores da praia. As ações apontadas, no entanto, têm se mostrado inócuas. O que é necessário é repressão. Está errado, leva o cão para casa. Do jeito que os abusos estão crescendo, daqui a pouco as pessoas não podem nem caminhar em paz pela areia ou calçadão. Vejam o que diz uma leitora do #OxeRecife. “Como moradora da praia de Boa Viagem, me sinto temerosa ao passear pelo calçadão e muito mais tomar banho de mar”, relata Maria Auxiliadora Dias Lins.
E acrescenta: “São muitas pessoas que se acham no direito de levar seus cães e dar banho de mar”, informa. E mostra o lado mais selvagem dessa história. “Quando a gente reclama, eles partem para cima de nós, a ponto de nos ameaçar com seus cães e, infelizmente, o que seria lazer está se tornando local de estresse”. O que é terrível, pois se a população não cumpre a lei, cabe ao poder público reprimir quem não está se portando como cidadão. Auxiliadora ainda se queixa de um problema grave: “E o pior é que não sabemos a quem reclamar”. Perguntei à Prefeitura a quem o cidadão deve se dirigir nesses casos, já que além de sujar a praia, alguns proprietários de cachorros ameaçam agressões com os cães. Fiquei sem resposta quanto a isso. Ou seja, a omissão é grande mesmo. E é por isso que os fora da lei fazem a “festa”. E haja abusos: sujeira (também impune, porque os ambulantes porcalhões são sempre os mesmos), som alto (carrocinhas de CDs piratas que parecem trios elétricos) e agressão (tanto dos que usam som alto, quanto dos que soltam seus cachorros). Ou seja, população e autoridades, tudo sem noção…
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Texto e fotos: Letícia Lins / #OxeRecife
Oi quero ver a reportagem sobre o cachorro peregrino que saiu do Bairro de Dois Irmão acompanhando o grupo de peregrinos. Vc ainda tem?
Pega o link
http://oxerecife.com.br/2019/08/13/final-feliz-do-cao-sem-dono-e-peregrino/